Se você caminhar pela sua escola e perguntar aos alunos o que eles gostariam de acrescentar às aulas, a palavra “interatividade” será constantemente mencionada.
Em virtude disso, instituições viram a necessidade de modificar a dinâmica das aulas, utilizando o modelo de sala de aula invertida, ou também conhecido como Flipped Classroom.
Atualmente as novas tecnologias proporcionam uma série de distrações para os estudantes, e isso se tornou um desafio para os educadores. Como competir com o WhatsApp e outros aplicativos?
O modelo tradicional de ensino, onde o professor apresenta o conteúdo em sala e o aluno recebe a informação de maneira passiva, permite que muitos se dispersem no momento da explicação e escolham dar uma olhadinha nas novas fotos do Instagram e Facebook.
Por isso, muitos educadores criam resistência em relação às tecnologias no geral, quando na verdade poderiam utilizá-las no processo educacional.
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O modelo da sala de aula invertida é uma maneira de engajar os alunos e até evitar que eles utilizem os celulares no momento da aula, e se for para utilizar, que seja referente ao conteúdo lecionado naquele momento.
A partir dele é possível criar uma relação mais próxima com o professor e seus colegas de turma, fazendo com que a interação não seja através da tela do celular, mas dentro da própria sala de aula.
A sala de aula invertida contempla a utilização de tecnologias digitais (TD), de modo a contribuir para a construção do conhecimento, por meio de videoaulas, jogos, arquivos de áudio, entre outras ferramentas.
Com auxílio desses recursos, o professor pode otimizar o tempo em sala de aula e utilizá-lo em atividades interativas, aprofundamento e discussões sobre o tema abordado.
Em 2007 os professores Jonathan Bergman e Aron Sams criaram este modelo a fim de auxiliar os seus alunos que atuavam como atletas, e precisavam se ausentar por diversas aulas.
Portanto, eles passaram a gravar as suas aulas e enviá-las através da internet, para que esses estudantes pudessem acompanhar as disciplinas durante as viagens.
Esse modelo de ensino permitia que ao voltar, os atletas já estivessem por dentro dos assuntos e aptos a participar das discussões, permitindo que os educadores fossem direto nas suas dúvidas, e posteriormente o método foi expandido para todos os seus alunos.
Metodologias ativas de aprendizagem: quais são os benefícios?
Com a disponibilização desses conteúdos antes da aula presencial, cada vez mais, espera-se que os alunos compareçam com os fundamentos prévios sobre o que será discutido, como tirar dúvidas, críticas e ideias. Com isso, o professor não é mais o único com o total domínio do assunto e a aula pode se transformar num debate.
Além disso, ao utilizar a internet para estudar e pesquisar sobre o assunto, os alunos podem encontrar ferramentas, exemplos e outras diversas referências que possam enriquecer as aulas.
E, essa é a proposta da “Sala de Aula Invertida”, tanto professor como aluno se veem na necessidade de interagirem com as tecnologias e, um acaba aprendendo com o outro: uma relação de cooperativismo, aluno e professor, professor e aluno, e tecnologia e ensino.
Muitos educadores reclamam que falta tempo para exercer todas as atividades que gostariam e ainda falar sobre o conteúdo teórico. E sabemos que em uma aula de 40 minutos, o professor para e chama atenção de um, outro faz um comentário demorado, um carro de som passa na rua e outras várias coisas acabam dificultando o andamento da classe.
É possível transmitir grande parte do conteúdo teórico de uma matéria em 15 ou 20 minutos sem interrupções, um sonho distante que foi solucionado pela gravação das videoaulas. Esses conteúdos gravados podem ser utilizados em diversas turmas diferentes por alguns anos seguidos.
Através da disponibilização das videoaulas antes das aulas, o modelo da Sala de Aula Invertida permite que o professor escolha como a sua aula presencial será conduzida sem a necessidade de uma exposição teórica que ocupa todo o seu tempo: com exercícios, dinâmicas de grupo, jogos, brincadeiras e outras atividades em grupo.
Conforme já mencionado, a proposta consiste na disponibilização de materiais teóricos e ilustrativos antes da aula presencial, a fim de iniciar o aluno no assunto e transformar a aula num ambiente mais interativo. Vamos para algumas dicas práticas:
1. As videoaulas precisam ser curtas! Um vídeo de até 15 minutos consegue comunicar o necessário para o aluno ter uma base sobre o assunto e não se cansar. Pois, lembre-se que o vídeo não vai substituir a aula do professor, então muitos conceitos podem ser discutidos no encontro presencial.
2. Utilização de exercícios de verificação. Quando o aluno realiza testes antes da aula, as suas dúvidas tornam-se mais claras e o professor pode atuar diretamente no problema, evitando desperdício de tempo nas questões mais brandas.
3. O Digital não é uma cópia do tradicional. Precisamos lembrar que o método exige uma predisposição do aluno para estudar em casa, logo, os materiais utilizados precisam ser atraentes e não cansativos.
4. As polêmicas precisam ser comentadas. O educador não precisa expor as suas opiniões, ele pode atuar como mediador e expositor do assunto. Debater a matéria utilizando um “assunto da semana” engaja os alunos e concentra a atenção total na aula, além das conversas serem ótimas para melhorar as relações do grupo.
5. O entretenimento é amigo da educação. Constantemente são lançadas diversas produções audiovisuais que podem ajudar na abordagem dos temas de aula, e os educadores podem indicar estas obras para o lazer dos alunos. Mas é importantíssimo que essas produções sejam recentes e de preferência quando estão sendo mais comentadas. Nada de filme muito antigo! Use a criatividade.
Lembrando que os coordenadores das escolas possuem um papel muito importante para a efetivação do método, é imprescindível que os agentes diretivos incentivem a sua utilização. O modelo bem executado transforma a vida do corpo docente e torna a escola um ambiente instigante para se trabalhar.
Não sabe como começar a criar e disponibilizar os conteúdos necessários para implementar o modelo? Não se preocupe com isso! Conheça o Descomplica: a maior plataforma de ensino online do Brasil. Onde os gestores, professores e alunos acessam diversas ferramentas para potencializar o dia a dia nas escolas, com listas de exercícios, aulas gravadas e materiais de apoio.
O modelo da Sala de Aula invertida é uma maneira de utilizar as novas tecnologias como aliadas no processo educacional, ajudando a driblar as atuais barreiras de engajamento nas escolas e potencializando a atuação dos professores dentro das salas.
O aluno passa a ser um agente ativo no processo, e a interatividade torna o ambiente favorável para todos os envolvidos. Mas é imprescindível que todos esses componentes estejam empenhados no processo.
O método tem dado bons resultados ao redor do mundo, e a tendência é o aperfeiçoamento constante a partir do avanço das tecnologias. As mudanças não vão parar, e as escolas precisam acompanhar.
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