O racismo, infelizmente, ainda faz parte da realidade de milhares de pessoas no Brasil. Entenda como e por que combater o racismo na escola.
Uma pesquisa do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT) mostra que 24% das escolas públicas do Brasil ainda não discutem o racismo com seus alunos, mesmo tendo passado 16 anos de aprovação da lei 10.639, que institui a inserção de conteúdos de história e cultura afro-brasileira nos currículos escolares.
Experiências raciais atravessam todo o processo de ensino e aprendizagem. Família e escola possuem responsabilidades cruciais e não dar visibilidade a essas questões dificulta a construção de uma educação de qualidade.
Cada vez mais novos desafios são postos à profissão docente e desmoronar a engenharia racial brasileira é uma delas.
A Lei n.º 10.639/03, sancionada em 2003, alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação que inclui no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da presença da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Africana”.
A Lei é considerada uma das maiores conquistas dos movimentos sociais, em especial do Movimento Negro, e de organismos da sociedade civil, de educadores e intelectuais comprometidos com a luta do preconceito racial.
Como elaborar um bom currículo escolar de olho nas tendências
Falar sobre o racismo na escola é buscar uma educação democrática, que considere o direito à diversidade étnico-racial como um dos pilares pedagógicos, especialmente quando se consideram a proporção significativa da população negra no país.
A realidade é que grande parte das escolas não aborda o tema com os seus alunos. O educador deve lembrar que as experiências raciais atravessam todo o processo de ensino e aprendizagem.
Não dar visibilidade a essas questões dificulta a construção de uma educação de qualidade, cujos parâmetros incluem a compreensão histórica da diversidade étnico-racial que formou a sociedade brasileira, valorizando e reconhecendo os grupos étnico-raciais e problematizando a falsa ideologia de harmonia racial que esconde desigualdades estruturais.
Precisamos lembrar que milhares de pessoas vivenciam o racismo em seu cotidiano. Esses sujeitos circulam entre olhares construídos sobre a própria identidade, na vivência comunitária, na escola, com a família, nas redes sociais, etc.
As escolas precisam ser provocadas a flexibilizar planejamentos enrijecidos e práticas conservadoras de padrões discriminatórios para abrir diálogos fundamentados, críticos e democráticos.
A diversidade étnico-racial se apresenta cotidianamente nas relações interpessoais, no pertencimento étnico-racial da comunidade escolar, nas brincadeiras, nas diferentes formas de linguagens corporais e artísticas, nas práticas docentes, na arquitetura e localização da escola.
Escolas, professores e gestores, podem se aprofundar no conteúdo, acessando o texto das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
Por meio dele é possível ter reflexões sobre o assunto, orientações, princípios e fundamentos para o planejamento e execução do conteúdo afro-brasileiro e africano dentro de sala de aula.
Mas, afinal, do ponto de vista das Diretrizes Curriculares Nacionais, o que são práticas pedagógicas na perspectiva da Lei n.º 10.639/03? O retorno ao texto legal possibilitou afirmar que se trata de práticas pedagógicas que apresentam algumas das seguintes características:
Essas características representam um passo a mais no processo de superação do racismo e de seus efeitos nefastos, seja na política educacional mais ampla, seja na organização e no funcionamento da educação escolar, seja nos currículos da formação inicial e continuada de professores(as), seja nas práticas pedagógicas e nas relações sociais na escola.
Escolas e famílias possuem papéis diferentes na educação do aluno, porém, são papéis complementares. A formação dos valores morais do aluno é função da família, da escola e da sociedade como um todo. No entanto, ainda há muitos educadores que acreditam que isso é responsabilidade exclusiva da família.
Leia também: Como melhorar a relação família e escola?
Escola é local para aprender a lidar com a diversidade e a conviver de forma democrática. É na escola que a criança irá experimentar a igualdade e aprender a lidar com a diversidade, contribuindo para a passagem do espaço privado para o coletivo.
Falar sobre o racismo dentro da escola é necessário, precisamos conscientizar o ambiente escolar sobre a importância do negro na sociedade e na história do país. E você, educador, já refletiu sobre o que está fazendo para promover um ensino contra o racismo na sala de aula?
Fontes:
Nova Escola
Brasil Escola
UNESCO
Azoilda Loretto
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