Jones Brandão, Head de Educação da Agenda Edu, conta o que significa os 3Ps da gestão escolar e como eles podem trazer bons resultados para as estratégias da escola. Confira o artigo abaixo!
Sempre que falamos em obter resultados, logo tendemos a lembrar ou relacionar com concorrência, competição, ranking, 1º lugar, qualidade, ser o melhor ou qualquer coisa parecida. Temos a tendência a apreciar as vitrines, aclamar os que estão em evidência, aplaudir os que chegam primeiro, celebrar os bons resultados e deseja-los também, mas poucas vezes (ou nenhuma) temos curiosidade de saber como as coisas de fato são feitas para obtermos os bons resultados.
Poucas vezes pensamos nos bastidores dos bons resultados. Quero despertar em você essa curiosidade de entender como as engrenagens rodam para obtenção dos resultados e metas. Por isso quero falar com você sobre os bastidores.
Conhece o objeto da imagem acima? O objeto circular se chama “bastidor”. Eles servem para tensionar o tecido proporcionando uma superfície mais firme para a realização do bordado. O bordado começa com uma meta estabelecida: o desenho final é riscado no tecido, então o bordador usa o desenho como guia. Da mesma forma, nos bastidores dos bons resultados, tudo começa com uma meta e precisa de guias, ou seja, estratégias e processos. A meta aponta para onde queremos chegar.
Uma meta é um objetivo “almejado” que pode ser mensurado e claramente definido. É necessário que todo projeto, plano, empreitada tenha uma meta (ou metas) previamente estabelecidas, pois servem como motivação para a jornada e como indicador de avaliação ao final da jornada.
Voltando ao bordado, proponho que sejamos bordadores. Nesse sentido, precisamos estabelecer metas para nossa atuação. O desenho prévio do nosso bordado será o PPP (não me refiro ao projeto político pedagógico), ou seja, ao estabelecer metas, tenha em mente o Propósito, Processos e Pessoas.
Confira o que significa propósito, processos e pessoas na gestão escolar:
O Propósito nos diz por que fazemos o que fazemos. Ele precisa ser lembrado e mantido em destaque, pois sem uma clareza do nosso propósito vamos investir muito no desnecessário. Muitas instituições educacionais falham quando acham que bons resultados são adquiridos pelo muito fazer e fazer de tudo.
Parece que o fato de termos vários programas, soluções e atividades levará os pais e alunos a perderem diferenciais diante da concorrência.
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É uma possibilidade, mas às vezes “menos” é mais. É mais difícil ser muito bom em muitas coisas simultaneamente. E ainda outro perigo: o muito fazer pode lhe distanciar do seu propósito. Essa onda de fazer muito e de tudo pode estar ligada ao um profundo foco de apenas bater a meta.
Você não pode focar na meta, as pessoas que são realizadoras não focam na meta, elas focam nas ações que vão levar até a meta. Percebeu a diferença?
O Processo nos diz como precisamos fazer para atingir a meta. Aqui é quando falamos de plano, estratégia, pesquisa, análise. Segundo o Sebrae, 55% das empresas fecham nos primeiros 5 anos porque não fizeram um plano de negócios. E adivinha só? Muitos gestores não percebem suas escolas como um negócio. Acham que isso macula a pureza do ser e fazer educação.
Se pensamos assim, pensamos equivocado. O que mantém a pureza do negócio é o propósito. Portanto pense na escola como um negócio, e como tal, precisa ter um plano estratégico, metas, indicadores e avaliações de desempenho.
Esses instrumentos podem apontar para um lugar de sucesso ou podem nos fazer perceber que precisamos ajustar as velas da embarcação. Nesse caso é preciso ter coragem para mudar, alterar e ressignificar. Aqui é importante não ter apegos. Uma liderança precisa fazer o que é necessário em nome da equipe e do propósito.
Se o negócio escola deve ser planejado, a sala de aula também precisa. Por isso precisamos falar de planejamento no contexto dos professores. Existem professores que fogem disso, especialmente a turma do Ensino Médio. Pois estão ancorados na sua aula de sempre, que é a mesma independente da escola, da turma e do material didático, mas isso vai render outro artigo em breve.
Leia também: Como motivar e engajar os alunos em sala de aula
As Pessoas são o alvo para quem fazemos e com quem fazemos. O negócio escola é feito de gente para gente. Os bons resultados acontecem como consequência de um bom trabalho de equipe. “Quer ir rápido, vá sozinho. Quer ir longe, vá em grupo.” (provérbio africano).
Tudo fica mais encantador quando estamos atuando em equipe. Às vezes dá mais trabalho, é fato, mas é isso que deixa a jornada ainda mais estimulante. Sem falar que celebrar uma conquista em equipe é muito mais animado.
Sobre isso, nunca deixe de celebrar cada pequena conquista. Seja reconhecido por reconhecer os avanços e entregas do seu time, dos seus alunos, dos seus parceiros. Não assuma a responsabilidade pelos bons resultados, sozinho.
Bom, mas numa jornada em busca dos bons resultados, a gestão (do negócio ou da sala de aula) vai encarar obstáculos no percurso. Alguns desses obstáculos causam fissuras no propósito, nos processos e nas pessoas.
Confira agora quais os tipos de obstáculos que você pode encontrar em cada um dos “Ps” da gestão escolar:
– Desconhecimento: não conhecer sua equipe, seus alunos e seus parceiros. Isso leva a gestão a não aproveitar e maximizar competências e habilidades existentes dentro da escola.
– Intolerância: detona com os relacionamentos e nos torna implacáveis com estilos diferentes do nosso. Não se distraia com as diferenças ou imperfeições.
“os opostos se distraem, os dispostos se atraem.” Teatro Mágico.
– Impossibilidade: enxergar pessoas e situações somente em termos do que são, e não do que podem vir a ser. Diante de uma situação difícil você tende a procurar uma solução ou lamentar a realidade?
– Ativismo: tira o foco do que realmente importa. Sem a clareza do que é realmente necessário fazer podemos fazer o que não é necessário. O ativismo, sem causa, pode te fazer esquecer da beleza e simplicidade da educação.
– Rotina: ataca a paixão que temos pela educação. A paixão é vital, pois nos faz contabilizar conquistas e não derrotas. Esteja atento para perceber e quebrar algumas rotinas. A escola é um ambiente naturalmente guiado por rotinas. Elas são importantes e necessárias, mas não podem ser a mola mestra. Então planeje uma quebra para ficar evidente o que realmente importa.
Os bons resultados começam nos bastidores. Eles devem ser frutos naturais, cultivados com o envolvimento de toda a comunidade escolar. Não crie expectativas falsas achando que os bons resultados estão garantidos a partir de recursos ilimitados, de um material, de um gestor, de um professor estrela ou de um aluno maravilhoso, apenas.
Mantenha o foco no propósito, elabore os processos, equipe e motive as pessoas para que as metas financeiras, acadêmicas, sociais e emocionais sejam atingidas. Os bons resultados surgirão quando eles forem um alvo para toda a comunidade escolar.
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