Como a tecnologia pode auxiliar crianças com autismoLeitura de 6 minutos
A tecnologia e a educação infantil são grandes aliadas e podem significar um passo muito importante no progresso de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O uso de aplicativos, softwares e outros programas virtuais têm mostrado a sua eficácia a partir de vídeos, games e outras atrações que trazem o aspecto educacional para a vida dos pequenos.
Em entrevista ao blog Família Plural, do jornal Estadão, o neuropediatra Clay Brites afirma a existência de pesquisas que mostram o papel das tecnologias neste contexto. Inclusive, doutor Clay salientou que a inclusão escolar de pessoas com autismo e a aprendizagem são possibilitadas graças aos recursos didáticos favorecidos por tais meios tecnológicos.
Como as plataformas podem contribuir para crianças com autismo?
Hoje em dia existem empresas direcionadas com a finalidade de produzir conteúdos exclusivos para crianças que convivem com autismo. Portanto, os benefícios desses softwares são enormes, tendo em vista o objetivo central: auxiliar no desenvolvimento pedagógico e social dos pequenos.
Sendo assim, esses programas são responsáveis por divulgar vídeos e outras atrações que ensinam coisas diversas, como escovar os dentes, tomar banho e realizar atividades que fazem parte do seu dia a dia. Além disso, há aqueles que são destinados ao complemento de questões direcionadas aos desafios escolares.
Aplicativos que ajudam a desenvolver a comunicação
As tecnologias na educação infantil são excelentes para estimular a linguagem do pequeno. Não são poucos os casos de pessoas cujos filhos mostram desempenho considerável na fala em função dos vídeos e dos jogos feitos justamente para esse estímulo.
Além disso, os apps ajudam na alfabetização e na interação social por meio de pequenas situações trazidas pelos softwares. Dessa forma, os pequenos podem treinar todas essas habilidades em casa e na escola.
Abrindo possibilidades
O uso de softwares significa muito mais do que o desenvolvimento de habilidades ligadas à escola, o que já é algo excelente. No entanto, os benefícios são extensos, como explica Dr. Clay a seguir:
“A tecnologia pode auxiliar no dia a dia por meio de softwares que ajudem quem tem autismo a conseguir cumprir tarefas sociais, entender linguagem não verbal, serem alfabetizados, aumentar a motivação ou interesse por atividades pedagógicas ou acadêmicas, internalizar rotinas e regras, auxiliar na percepção do tempo e do espaço, proteger de sons ou estímulos visuais indesejados, além de acalmar determinados jovens com autismo quando estes devem se dirigir a estabelecimentos comerciais ou momentos de lazer em família entretendo-os”.
Equilíbrio é a palavra certa
Se por um lado o uso das tecnologias na educação infantil simboliza progressos consideráveis na vida das crianças que convivem com autismo e outros transtornos; por outro, pais e responsáveis devem saber que a cautela também deve imperar.
Afinal, não adianta deixar um tablet nas mãos do pequeno e simplesmente deixá-lo o dia inteiro por conta. É preciso balancear o uso de aplicativos com atividades que exigem mais presença física e contato com outras pessoas. Caso contrário, seu filho jamais alcançaria a socialização necessária para atingir os progressos desejados.
Sendo assim, a sugestão é que os pais encontrem um ponto de equilíbrio entre a tecnologia dos apps e o convívio com o mundo exterior, com as situações e as descobertas por parte da criança.
O diagnóstico precoce e o desenvolvimento de crianças com autismo
Dr. Clay relembra como o diagnóstico precoce é fundamental para que “sejam realmente modificáveis os atrasos de desenvolvimento e os comportamentos altamente disruptivos e antissociais”. O especialista explica que quanto mais cedo, sobretudo próximo aos 3 anos de idade, mais eficazes podem ser as intervenções.
“Somente em fase mais precoce de vida (antes dos 3 anos), com o cérebro infantil ainda em plena fase de plasticidade e flexibilidade de conexões e ramificações, é que é possível esperar avanços significativos às intervenções”, pondera Dr. Clay Brites.
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