Como abordar o setembro amarelo nas escolasLeitura de 9 minutos

Gestão escolar 5 de setembro de 2019
crianças com a professora sentados em circulo e conversando

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Como abordar o setembro amarelo nas escolasLeitura de 9 minutos

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o suicídio é a única causa de mortalidade que não teve redução no número nos últimos 50 anos.


Combatendo o problema de frente: fale sobre


Ainda que o assunto seja um grande tabu na sociedade atual, é importante debater, esclarecer e informar sobre o tema. Com isso, em 2014 o Centro de Valorização de Vida (CVV) criou a campanha Setembro Amarelo com o intuito de conscientizar sobre a prevenção do suicídio e alertar a população.


Os dados atuais são preocupantes e alarmantes: de acordo com a CVV, a cada um dia no país, 32 pessoas cometem suicídio. É uma taxa maior do que as mortes por AIDS ou câncer, por exemplo e de acordo com a OMS, nove de cada dez casos poderiam ser prevenidos. 


Por que falar sobre isso para jovens?


O assunto precisa ser falado para que cada vez mais haja uma rede de apoio firme ao redor da pessoa que passa por isso.


Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), o suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 e 29 anos de idade, com mais de 800 mil casos por ano em todo o mundo, o que torna os jovens um grande foco do problema.


Por isso, é importante que o assunto comece a ser debatido cedo, dentro de sala de aula. Além de a escola se manter ciente da rotina de seus alunos, sendo participativa, ativa e compreensiva em cada situação diferente, também é necessário que o estudante saiba que na instituição ele pode encontrar apoio para falar com o corpo docente, coordenação ou diretamente, com os gestores. 



As ações implementadas na instituição fazem a diferença


A abordagem tem que ser feita de forma que todos entendam que não há a necessidade de nenhum tipo de julgamento e, acima de tudo, que a instituição não tolera esse tipo de situação.


O corpo docente juntamente dos alunos pode debater para criar situações que estimulem os estudantes a combater a discriminação e preconceito relacionados ao assunto. É válido priorizar o diálogo e mostrar que a solução está em ignorar os momentos difíceis porque “alguém não teve tempo para conversar sobre isso com aquela pessoa”.


É preciso mostrar que independente do tempo, há empatia e compreensão pela situação que esse jovem está passando.


Leia também: Trabalhar a empatia na escola pode transformar relações


Separamos algumas ideias para a propagação do setembro amarelo nas escolas, confira!  


  • Rodas de conversa e debates: falar é a primeira etapa e solução. Os alunos podem ter maior oportunidade para dialogar e expressar os sentimentos, assim é possível entender que quem passa pelo problema não escolhe aquilo para a vida. Com um espaço aberto para a conversa, se torna mais fácil da escola entender como estão seus alunos e o que eles pensam a respeito desse problema.
  • Cartazes: espalhar cartazes pela escola é um bom ponto de partida, afinal, a informação será vista independente de onde a pessoa esteja. Assim, se torna mais fácil de atrair a atenção do jovem para o assunto e fazê-lo entender que a instituição se importa com o que ele passa.
  • Palestras: profissionais de psicologia precisam estar presentes para poder falar sobre o tema pelo menos uma vez. Dessa forma, será melhor – até mesmo para o corpo docente – entender o que é o suicídio, o que pode vir a causar, como lidar com esse problema e quais são os sinais, por exemplo.

Como notar os sinais nos alunos?


Quem precisa de ajuda pode dar alguns sinais, mas isso não significa que é uma regra. Acima de tudo, é importante estabelecer a conversa para que seja possível entender como cada aluno lida com o problema. Alguns sinais que podem acontecer são:


  • Abandono de amizades e atividade sociais;
  • Perda de interesse por atividades que antes eram prazerosas;
  • Não mostrar interesse com responsabilidades diárias, como os estudos;
  • Demonstrar desequilíbrio emocional como agitação, irritabilidade ou agressividade;
  • Alteração de padrão de sono, vindo mais sonolento para a escola;
  • Queda no rendimento escolar.

É válido lembrar que é preciso prestar atenção na comunicação não verbal do jovem, como o olhar, a postura, os gestos e o jeito de falar. Porém, esses sinais de alerta, principalmente quando são visíveis em conjunto, podem ser uma forte indicação de que a pessoa precisa de ajuda. 


Compreensão e empatia: as palavras que precisam estar presentes


É difícil ter tempo para os problemas. É difícil ter tempo para solucionar um problema que não é físico, mas sim, emocional. É difícil estar presente o tempo inteiro quando se tem milhares de tarefas. Mas, é preciso parar e olhar com compreensão e empatia quando o aluno buscar ajuda na escola.


Esse sinal significa que o estudante se sente confortável o bastante para buscar na instituição uma forma de entender o que está passando e resolver a situação. Por isso, é de extrema importância que a escola tenha um projeto muito bem estruturado voltado para a psicopedagogia. 



A importância da psicopedagogia dentro da escola


Levando em consideração que a escola é a grande responsável por parte da formação do ser humano, o trabalho psicopedagógico na instituição tem o objetivo prevenir os possíveis problemas que aparecem no caminho.


A psicopedagogia estuda e lida com o processo de aprendizagem e os problemas que isso pode gerar. São inúmeras as intervenções que o psicopedagogo pode sugerir para ajudar os alunos, algumas são:


  • Orientar os responsáveis: é importante que os pais estejam cientes do que o jovem está passando naquele momento, compreendendo que não é uma escolha.
  • Auxiliar os professores e demais profissionais: assim todos vão saber, minimamente, o que fazer quando algum dos alunos buscá-los para conversar.
  • Colaborar com a direção: dessa forma é possível garantir um bom relacionamento entre todos os integrantes da instituição.
  • Socorrer o aluno: entender, não julgar e ajudar. O psicopedagogo vai estar presente quando o aluno precisar dele. 

Há uma possibilidade enorme de diversas coisas atrapalharem o jovem na escola sem que o professor perceba. Mas, é preciso frisar que dentro da escola, a intervenção junto ao professor, como uma parceria, é vista de melhor forma.


É preciso lembrar que cada aluno tem uma história, uma necessidade e uma expectativa diferente quando se relaciona com o outro, inclusive com o professor.


A intervenção psicopedagógica se propõe a incluir também os responsáveis nesse processo, seja através de reuniões, conversas por aplicativos, mensagens enviadas diretamente para eles. Assim, os pais ocupam um novo espaço para o jovem, onde agora há a possibilidade de opinar e participar. 


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Conclusão


Conversar sobre o que fazer nessas situações é fundamental, mas é preciso que a orientação seja sempre voltada para a busca de ajuda profissional. A instituição precisa saber que mesmo que o jovem converse com amigos, professores, psicopedagogos e todas as pessoas que fazem parte da escola, ele ainda precisa de ajuda profissional.


Dessa forma, é necessário haver o incentivo e a explicação sobre projetos psicológicos, psicanalíticos e psiquiátricos para que os jovens não enxerguem o fato de buscar ajuda um problema. Lembre-se: mais importante do que fazer tudo isso, é mostrar que realmente se importa.


O Descomplica fez um vídeo falando sobre “Pressão, saúde mental e vestibular: como conciliar?” dando foco para o Setembro Amarelo, é um ótimo material para complementar a leitura. Basta clicar aqui. O Setembro Amarelo é um projeto sério e que deve ser trabalhado e explicado, não hesite em falar sobre.


Fontes:

Escola da Inteligência

Descomplica

Ministério da Educação

Nova Escola

Centro de Valorização de Vida

Educa Mais Brasil

Portal Educação


         
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