Desenvolvimento infantil: qual é o impacto da pandemia?Leitura de 6 minutos
A pandemia do coronavírus afetou pessoas no mundo inteiro, mas você já parou para pensar em quais foram os impactos no desenvolvimento infantil? Crianças pararam de ir à escola, assistiram aulas no computador, ficaram em casa o dia inteiro, não visitaram parentes nem brincaram com amigos.
Essa quebra repentina na rotina trouxe muitos efeitos para a saúde mental. É importante que a família e a escola observem de perto para dar suporte aos alunos com o acolhimento necessário para superar esse momento.
Com a volta às aulas presenciais em um ambiente diferente e cheio de novos protocolos, as crianças também podem se sentir inseguras e ansiosas com mais uma mudança de rotina.
O que você vai encontrar neste artigo?
Pandemia e desenvolvimento infantil
Como não prejudicar o desenvolvimento infantil
Pandemia e desenvolvimento infantil
É fácil pensar que a única dificuldade das crianças na pandemia é se concentrar nas aulas online e ficar dentro de casa, mas os problemas podem ser muito mais profundos.
A falta do convívio escolar pode ser impactante. Muitas crianças contam com o apoio da escola quando vivem em um ambiente domiciliar complicado. Além disso, para muitos alunos, a merenda é a mais importante ou única refeição do dia.
Eles observam a preocupação dos responsáveis, que muitas vezes estão estressados, perderam o emprego ou um parente. Por isso, não podemos menosprezar a ansiedade e depressão nas crianças e tudo que pode impactar no desenvolvimento infantil.
Um estudo feito na China com 320 crianças e adolescentes mostra que o estresse pode surgir de situações de convívio familiar acentuadas pela pandemia. Os principais problemas encontrados foram:
Dependência excessiva dos pais – 36%
Desatenção – 32%
Preocupação – 29%
Problemas do sono – 21%
Falta de apetite – 18%
Pesadelos – 14%
Desconforto e agitação – 13%
Como não prejudicar o desenvolvimento infantil
O primeiro passo para não prejudicar o desenvolvimento infantil é ouvir e acolher. Não trate os problemas como superficiais e fique sempre atento aos sinais. A criança precisa se sentir segura e confiante para não prejudicar o seu rendimento escolar e social.
Confira alguns sinais que devem ser observados e como solucionar:
Sono
- Dificuldade para dormir e manter o sono
- Fugir para a cama dos pais
- Pesadelos frequentes
Repense a rotina em casa, estipule novos horários e rituais para deitar e acordar. Se a criança acordar, acolha e dê segurança para dormir em um ambiente tranquilo.
Alimentação
- Perda de apetite
- Apetite insaciável
Caso a criança não queira comer, é importante não obrigá-la e tentar ser mais flexível. A alimentação deve ser vista como positiva. Mas, se a forma for insaciável, é preciso controlar com cuidado e sem castigos.
Atividade física
- Preguiça de fazer exercícios
- Agitação excessiva durante o dia
A atividade física é essencial no dia a dia das crianças. Além de gastar energia, melhora o desenvolvimento motor e reduz o estresse. Estimule a correr, brincar, se divertir e aproveitar os espaços livres em casa.
Emoções
Alguns sinais de ansiedade são:
- Dor de cabeça ou barriga
- Comportamentos regressivos, como voltar a pedir a chupeta ou não querer sair da cama dos pais
As crianças estão procurando por estabilidade e segurança. Por isso, a família deve dar o exemplo e tentar controlar o estresse na rotina. Converse com honestidade, tranquilize e acolha as emoções.
Interação social
A interação com outras crianças é essencial para o desenvolvimento infantil, por isso a escola faz tanta falta. É importante planejar encontros remotos com os colegas, manter contato com os familiares e mostrar que existe uma rede de apoio em casa e à distância.
Como a escola pode ajudar?
O papel da escola é oferecer acolhimento para toda a comunidade escolar. As competências socioemocionais devem fazer parte do currículo escolar e estar presente em diferentes contextos do desenvolvimento infantil até o Ensino Médio.
Competências socioemocionais na escola: volta às aulas na pandemia
Escola e famílias precisam estar unidos para entender as dificuldades dos alunos e como superá-las. Durante a pandemia, é ainda mais importante acompanhar de perto com comunicação efetiva, reuniões remotas e pesquisas.
Na volta às aulas, os alunos precisam ter seus sentimentos reconhecidos, falar sobre o luto e suas experiências individuais e se sentirem conectados com a escola, professores e colegas.
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