Nos últimos dois anos, manter a frequência escolar e a evasão vem sendo um desafio não só para as escolas, mas também para os responsáveis.
Dados do PNAD Contínua apontam que em 2019 apenas 0,3% das crianças e adolescentes, entre 6 e 14 anos, tinham baixa frequência na escola. Já em 2021, há um aumento significativo desse número absoluto, que chega a 1,1%.
Esses resultados servem como um alerta: o que está levando crianças e adolescentes a faltarem às aulas?
Mais ainda, como as escolas podem acompanhar e melhorar a frequência escolar?
Neste sentido, vamos te contar a importância desse acompanhamento e te dar algumas dicas para evitar essas ausências.
Primeiramente, precisamos compreender que é normal ocorrer faltas, seja por doença, algum problema familiar ou por estar enfrentando algo relacionado à saúde emocional.
No entanto, quando as ausências tornam-se crônicas acabam por atrapalhar a vida acadêmica do aluno e representam um risco maior de evasão – gerando diversos outros problemas, inclusive para a escola.
Diante disso, fica claro a importância de acompanhar a frequência escolar, uma vez que com esses dados em mãos, a escola consegue identificar se seus alunos estão desmotivados ou com um problema particular que reflete na sua assiduidade.
E assim, é possível montar estratégias pedagógicas que envolvam pais, responsáveis, professores, a fim de resolver de forma individual ou em equipe.
Antes de partirmos para algumas dicas, tanto gestores quanto professores precisam conhecer alguns motivos que podem levar a baixa frequência escolar.
O absenteísmo crônico, que é definido como a falta de 10% ou mais dias letivos por ano, afeta inúmeras escolas no Brasil todo, como mostramos nos dados no começo deste texto.
Muitos têm atribuído essas ausências escolares a pandemia. Contudo, há outros motivos que afetam a frequência escolar. Veja:
Para muitos alunos, o bullying pode tornar a escola insegura, tanto física quanto emocionalmente.
Portanto, identificar os sinais de bullying é um passo importante para os professores e responsáveis do aluno. Algumas crianças e adolescentes relutam em falar do assunto, por isso, você deve procurar outros recursos que ajudem a reconhecer o problema enfrentado por eles.
Outro motivo que causa a baixa de frequência escolar é o desinteresse pelas aulas. E nesse caso, é necessário que a gestão e o professor analisem o desempenho dos alunos.
Assim, verificar o que pode ser mudado, se a abordagem do professor, a didática ou até mesmo a linguagem que está sendo usada em sala.
É importante que o plano de aula seja sempre revisado e adaptado para a necessidade dos estudantes, criando uma oportunidade para que melhorias sejam feitas e ajude na compreensão do aluno.
Como tornar um aluno protagonista da sua aprendizagem e porque isso é importante
Problemas de saúde com fator mental ou emocional também afetam crianças e adolescentes, principalmente nos últimos anos. E podem ser uma razão válida para faltar à escola e que muitas vezes podem ser entendidas como desinteresse.
Por isso, é de extrema importância que os responsáveis estejam atentos aos sinais e procurem solucioná-los, com ajuda de psicólogos e outros profissionais, muitas vezes disponíveis nas escolas.
Além disso, precisamos também falar de transtornos que acometem as pessoas ao longo da vida, como TDA (Transtorno de Déficit de Atenção), TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), entre outros.
É importante que as famílias trabalhem junto com a escola, oferecendo o suporte necessário para esse problema e evitando que outros surjam.
Agora que você já sabe a importância de acompanhar a frequência escolar e quais os principais motivos geradores, está na hora de darmos algumas dicas.
Tornar a escola um lugar estimulante e envolvente para os alunos pode melhorar a frequência, mas entendemos que não é uma tarefa fácil.
Para os alunos do Ensino Fundamental, por exemplo, você pode criar um clima acolhedor desde a entrada na sala de aula, com saudações ou cartazes. Ou ainda, reúna-se com eles em algum momento da semana para conversar sobre problemas e conflitos.
Já para os adolescentes do Ensino Médio você pode trabalhar algo que ajude no gerenciamento de emoções ou na regulação do comportamento para lidar com os outros. Tente envolver toda a comunidade escolar para criar conexões com os alunos com problemas, construindo uma cultura escolar positiva e que se ajuda.
Tanto professores quanto gestores podem e devem identificar alunos que mais têm faltas e construir um relacionamento para entender a raiz do problema ou a causa da sua baixa frequência escolar.
Esses alunos podem estar passando por experiências de vida que exigem uma sólida conexão aluno-professor para resolver.
Para isso, tente ir à raiz do problema, identificando se a causa está relacionada:
Obter respostas para as perguntas acima permitirá que você interaja com o aluno sem noções preconcebidas ou julgamentos.
Portanto, permita que o aluno se abra e ensine-o que suas opiniões são importantes e sua voz vale a pena ser ouvida.
Quando você o entende, pode lidar com seus problemas de forma mais eficaz.
Um bom relacionamento entre responsáveis e professores é um ótimo ponto de partida para lidar com as ausências.
Para isso, você deve mostrar que a participação deles é fundamental para evitar faltas na escola. Seu primeiro passo para envolver os pais no aprendizado de seus filhos é a comunicação adequada. Por exemplo:
Diante das informações sobre os principais motivos que afetam a frequência escolar dos alunos, a escola deve ser capaz de solucioná-los ou criar estratégias que minimizem a problemática.
Fontes:
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