Youtubers na escola: O que o seu aluno quer ser quando crescer?Leitura de 6 minutos
Cada vez mais as novas gerações de estudantes estão conectados e em em busca de novos caminhos para aprender e um deles são os canais dos youtubers que podem influenciar na escola.
As redes sociais e a internet nos deram um protagonismo como nunca antes tivemos. Saímos de um processo de comunicação de um para muitos, totalmente centralizado, para um processo de muitos para muitos, descentralizado e cada vez maior. Agora podemos contar a história do nosso ponto de vista, buscando identidade e identificação. Criamos posts, publicamos fotos e vídeos, compartilhamos comentários e muito mais.
Estamos todos conectados, mas as diferenças de gerações impactam diretamente no nosso comportamento na rede. Muito se fala sobre a Geração Y (os famosos Millennials), nascidos entre 1982 e o ano 2000, e a Geração Z, nascidos a partir do ano 2000. Mas o grande desafio está na Geração Alpha, dos nascidos de 2010 para a frente, e que são totalmente digitais, ou seja, não têm nenhum tipo de interação analógica.
Essas crianças já têm contato com aparelhos eletrônicos desde muito pequenas. Mal sabem falar e já conseguem mexer em smartphones para procurar seus vídeos preferidos no Youtube.
Em pesquisa realizada com quase 6 mil crianças e jovens de 9 a 17 anos pelo Comitê Gestor da Internet (CGI) e pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade de Informação (Cetic.br), foi levantado que 69% deste público acessa a internet mais de uma vez por dia. Quando se faz um recorte somente com os indivíduos compreendidos na faixa de renda AB este número sobre para 83%.
Por isso, não é de se estranhar que eles não só acompanhem os youtubers, mas que também queriam ser como eles. Para a nova geração, carreiras tradicionais, como direito, engenharia ou medicina, parecem distantes.
A influência dos youtubers na escola
O Brasil já é o segundo maior consumidor de vídeos no Youtube do mundo e 36% dos 100 maiores canais da plataforma no país são voltados para o público infantil. As crianças assistem a esses youtubers e querem ser iguais a eles. Whindersson Nunes, Kéfera e Felipe Neto são exemplos dos ídolos dos novos tempos.
Para uma criança, não importa muito muito quanto se ganha com cada profissão, o que importa é o sonho. E qual outra profissão permitiria ganhar a vida fazendo brincadeiras e falando de coisas que gosta para milhares de pessoas? Os youtubers criaram uma despretensiosa aura de diversão e de sucesso. Tudo parece ser fácil de ser feito, sabe aquela frase “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”? Agora temos a nova versão: “Uma câmera na mão e um vídeo no Youtube”.
O que, na maioria das vezes, começa incentivado pelos pais, que estão o tempo todo filmando seus filhos para os vídeos fofos compartilhados com a família e os amigo, pode acabar tomando grandes proporções. São exemplos de canais estrelados por crianças que já têm milhões de seguidores no Brasil:
Planeta das Gêmeas – 7.6 milhões de seguidores
Juliana Baltar – 6.5 milhões de seguidores
Fran, Nina e Bel – 6.3 milhões de seguidores
Isaac do Vine – 4.9 milhões de seguidores
Julia Silva – 3.1 milhões de seguidores
Maria Clara & JP – 2.8 milhões de seguidores
Mas é claro que nem tudo são flores. Não basta criar um canal no Youtube e esperar o sucesso chegar. Milhares de pessoas postam vídeos diariamente na rede, mas poucos vão chegar à fama e conseguir fazer desse sonho uma realidade.
Cuidados e recomendações
De qualquer maneira, não devemos acabar com os sonhos das crianças e limitar esse lado criativo delas. Basta ter muito cuidado e orientá-las bem. Seguem algumas recomendações:
- Limitação de tempo de uso da Internet é um ponto que deve ser observado. A criança precisa saber qual a hora de estar na Internet e qual a hora de desligar;
- A criança nunca deve publicar conteúdos na rede sem o consentimento dos responsáveis;
- A idade mínima para cadastro no Youtube é de 13 anos, por isso, se uma criança menor que isso quiser criar um canal, este deverá ser cadastrado em nome de um responsável;
- A Internet é um mundo com muitas possibilidades, mas também é um ambiente que pode ser perigoso e hostil. As crianças precisam estar protegidas de determinadas abordagens e comentários;
- É preciso entender que, acima de tudo são crianças, que estão passando por uma fase de aprendizado e transição.
Nós, da Agenda Edu, somos entusiastas da tecnologia como ferramenta para educação e desenvolvimento. Não conseguimos mais ignorar que estamos imersos no mundo digital e que ele faz parte do dia a dia das nossas crianças.
Acreditamos que a escola tem papel essencial para ajudar as crianças a descobrirem o seu lugar nesse novo mundo, sempre ensinando, acolhendo e mostrando o caminho mais seguro.
Fontes:
Veja Rio
Gazeta do Povo