A autoestima é fundamental para o desenvolvimento humano. Construída desde o início da vida, a partir de vivências e experiências, é um parâmetro para a forma como lidamos com nossas conquistas e erros.
A autoestima impacta em tudo o que desejamos ou precisamos fazer, seja de forma negativa ou positiva, inclusive na educação, repercutindo no desempenho de avaliações até a forma como socializamos e lidamos com os desafios.
De forma resumida, uma pessoa com a autoestima baixa possui uma visão inferior de si mesma, não se sente capaz de realizar o que precisa ou deseja e não encontra seu papel na sociedade.
Ao contrário, uma pessoa com a autoestima fortalecida se sente mais capaz de enfrentar os desafios, viver novas experiências, se recuperar de seus erros, se arriscar e conseguir ir mais além.
Considerando o papel das escolas na formação pessoal de cada estudante, é preciso fortalecer a autoestima dos alunos desde o início da vida escolar até a sua formação.
Por isso, no conteúdo de hoje, vamos conversar sobre autoestima, seus impactos na aprendizagem e como a escola pode ajudar a melhorar a autoimagem de seus alunos. Confira!
Autoestima é uma avaliação que cada um faz de si mesmo, seja ela negativa ou positiva. É a imagem e a opinião de uma pessoa sobre seu próprio valor.
Construída a partir das experiências pessoais, essa autoimagem considera o que os outros pensam a seu respeito, emoções, crenças e tudo que possa dizer algo sobre ela.
Isso se reflete no sentimento que essa pessoa tem por si mesma, nas suas atitudes diárias, naquilo que se sente ou não capaz de fazer e no que merece, sendo fator determinante de seu comportamento.
Apesar de ser construída principalmente na infância e adolescência, a autoestima não é fixa, está sempre sendo influenciada pelo meio, mas uma base forte facilita a volta ao equilíbrio da autoimagem quando algo acontece e a abala.
As experiências vividas por todos nós desde a infância mostram como será nossa autoestima.
Por exemplo, quando uma criança cresce em uma família exigente, está rodeada de pessoas que desvalorizam suas realizações e é menosprezada por características pessoais, ela tende a se sentir insuficiente, a querer sempre agradar os outros, costuma ser passiva, tem a sensação de não pertencimento, e pode até desenvolver transtornos como ansiedade e depressão.
Uma autoestima equilibrada demonstra um nível saudável de confiança em si, enquanto uma baixa autoestima manifesta um menosprezo pelas próprias habilidades.
Alguém com autoestima baixa vê o mundo com medo, com dificuldade, como uma provação constante. Já uma pessoa com boa autoestima vê o mundo com curiosidade, com vontade de realizar feitos e descobrir coisas novas.
Uma pessoa com autoestima elevada, além de ter uma visão positiva de si mesma, gostar de si, confiar na sua capacidade e habilidade, é mais otimista. Essa maneira de se enxergar reflete também na forma de ver o mundo.
O nível de autoestima indica o que a pessoa acredita ser capaz de conquistar, por isso impacta na sua capacidade de aprender e realizar coisas.
O ensino é influenciado por diversos fatores, como metodologia, tecnologia e abordagem utilizadas, mas a autoestima do estudante é capaz de sobressair todos esses fatores e determinar como será seu aprendizado.
Um aluno com boa autoestima tem mais interesse pelas atividades escolares, é participativo, socializa e se envolve em mais tarefas.
Já o aluno com baixa autoestima não tem muita vontade de aprender, tem pouco interesse em se relacionar com os colegas, não se mostra disposto a participar das atividades.
Muitas dessas crianças e adolescentes passam por experiências negativas e desestimulantes em casa e não se sentem confiantes. Por isso, o trabalho da escola ao tentar aumentar a sua estima pode ser bastante desafiador.
Mas esses estudantes sempre apresentam sinais capazes de identificá-los como alguém que precisa ter a autoestima fortalecida. Confira alguns:
1. Levam a culpa por aquilo que não fizeram: normalmente tímidos, passivos e por quererem evitar desagradar aos outros, é comum que esses alunos acabem levando a culpa e não fazendo nada a respeito.
2. Desistem das atividades com facilidade: por se sentirem incapazes, é comum que desistam das atividades na metade ou quando erram, assim como evitam novos desafios e apresentações.
3. Depreciam a si mesmo: com um olhar atento, é possível perceber esses alunos fazendo comentários autodepreciativos, como “eu não consigo”, “sempre erro” ou “sou burro”.
Ao lembrarmos que a autoestima está diretamente ligada a se sentir capaz de aprender e realizar coisas, fica fácil perceber o impacto dela na aprendizagem, não é mesmo?
A confiança nas próprias habilidades, a curiosidade e a capacidade de aprender são fatores que não podem faltar para um bom aprendizado. E essas características estão mais presentes em estudantes com boa autoestima.
Esses alunos, como já dissemos antes, têm mais disposição para aprender, pois são confiantes e não desistem fácil. Já no caso de estudantes com baixa autoestima, a desmotivação é muito presente e isso se reflete no desempenho escolar.
Por conta disso, é essencial que a escola adote práticas para estimular o fortalecimento da autoestima dos estudantes.
Assim, com uma autoimagem positiva e confiante, eles podem absorver melhor o que é ensinado, além de estarem mais preparados para os desafios da vida fora da escola.
A escola também é responsável pela formação humana dos seus estudantes, assim como as famílias, e por isso é seu papel promover um ambiente onde eles se sintam seguros para se desenvolver.
Existem diversas ações e atividades que podem ser feitas para manter a autoestima de estudantes que já são confiantes e melhorar a dos que são inseguros. Confira agora 10 práticas para realizar na sua escola:
1. Reconheça as realizações e dê feedbacks assertivos
Elogios são bem-vindos, mas não devem ser genéricos. O elogio deve focar no que o estudante fez para conquistar o feito.
Por exemplo, “adorei as cores que você escolheu para pintar essa figura” ou “essa frase que você escreveu é muito boa”. Evite elogios vagos como “você é inteligente”, procure acrescentar algo mais.
Esse tipo de reconhecimento estimula a autoestima do estudante ao fazê-lo perceber suas habilidades e que é capaz de fazer o que deseja, desde que se esforce.
2. Mostre evidências da evolução do aluno
Com alunos com autoestima mais baixa, elogios nem sempre são suficientes, é preciso mostrar provas da evolução para que eles percebam seu progresso.
Aqui é importante destacar que comparações com outros alunos não devem ser feitas. Mas é permitido comparar avanços do próprio aluno, ressaltando seus seus feitos e novas conquistas.
Exemplo disso é quando o aluno consegue acertar uma palavra que antes tinha dificuldade, ou fazer uma atividade com mais facilidade que da última vez.
3. Evite comparações
Já mencionamos, mas vamos repetir porque evitar comparações é de extrema importância na construção da autoestima do aluno.
A comparação causa frustração e pode prejudicar drasticamente a autoestima. Por isso, uma saída é valorizar as diferenças e pontos fortes de cada um, mostrando que suas habilidades são importantes também.
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4. Considere diversas formas de aprender
Sabemos que existem padrões no ensino e que, muitas vezes, é difícil inserir uma nova forma de ensinar, mas é preciso insistir também em atividades diversas e inclusivas para fortalecer a autoestima dos estudantes.
Lembramos aqui que existem diferentes tipos de inteligência (musical, interpessoal, linguística, matemática, entre outras) e que uma pessoa pode ir mal em uma e ser excelente em outra.
Ao se deparar apenas com atividades que não fazem parte do seu tipo de inteligência, a autoestima do aluno tende a baixar, afinal, ele vai sempre se sentir incapaz e insuficiente para realizar o que for pedido.
Se sentir deslocado dificulta o equilíbrio da autoestima. Por isso, se o aluno não consegue acompanhar as atividades dentro e fora da sala de aula, a escola deve promover mudanças para acolher esse estudante.
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5. Divulgue os bons resultados
Exposições de atividades artísticas, leitura de redações e pequenas apresentações são formas de estimular a autoestima dos estudantes. Afinal, o que ele fez foi tão bom que merece ser mostrado para os outros.
6. Mostre que errar faz parte
Na escola, desde o ensino infantil, as crianças precisam aprender que errar faz parte da vida e que todos passam por isso. Assim, quando elas errarem, poderão lembrar que é algo comum e que podem tentar de novo.
Com essa prática, os alunos se sentem acolhidos e aprendem que o erro não os torna incapazes de conseguirem o que desejam, podem aprender com ele e melhorar na próxima vez.
7. Permita que o estudante se sinta útil
Se sentir útil é um fator imprescindível para a autoestima. Pequenas ações como anotar algo no quadro, ler em voz alta, ensinar algo a um colega contribuem para que o aluno sinta que faz coisas importantes.
Consequentemente, faz com que a sua autoconfiança e autoestima sejam fortalecidas. Assim, esse estudante se sentirá mais à vontade para participar de outras atividades e se expressar.
8. Adapte-se às necessidades dos alunos
Oferecer diferentes formas e tipos de atividades permite que os estudantes percebam com quais mais se identificam.
Por exemplo, ao realizarem uma tarefa onde contam sobre seu fim de semana, alguns podem escrever, enquanto outros desenham ou apresentam oralmente.
Dessa forma, cada um tem a oportunidade de se expressar da maneira que se sente mais confortável e assim tem mais chances de ficar satisfeito com o resultado, impactando positivamente na autoestima.
9. Estimule o acolhimento e a liberdade de expressão
Promova rodas de conversa e espaços onde todos possam se expressar e estimule o acolhimento.
Reconhecendo as particularidades de cada aluno e valorizando as suas diferenças, os alunos se sentem parte do lugar e do propósito.
Assim, o resultado não pode ser outro senão o fortalecimento da autoconfiança.
10. Combata o bullying
Como explicamos anteriormente, o que outras pessoas pensam a nosso respeito faz parte da construção da nossa autoestima.
Então, se o aluno sofre com o que falam e fazem com ele na escola, sua autoestima só tende a baixar quanto mais negativas forem essas experiências. Por isso, o combate ao bullying é fundamental no fortalecimento da autoestima do estudante.
Gostou das nossas dicas? Esperamos que elas possam ajudar você e sua escola a fortalecerem a autoestima dos estudantes e, assim, formar pessoas mais confiantes de suas capacidades. Até mais!
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