Na escola em que você estudava existia educação sexual? Você aprendia somente nos livros de ciências ou a sala era dividida entre meninos e meninas para assistir aqueles vídeos antigos com poucas informações? Hoje, esse conteúdo ganhou espaço nas escolas com muito mais responsabilidade.
Mas será que as escolas no Brasil realmente ensinam sobre educação sexual? Muitas vezes, por falta de conhecimento, os jovens procuram respostas para suas dúvidas com amigos, na internet e até na televisão.
Por isso, é tão importante incluir esse conteúdo no currículo desde a Educação Infantil. Apesar dos avanços, ainda temos um longo caminho pela frente e um trabalho conjunto entre escolas e famílias.
A educação sexual ensina diversas questões relacionados ao sexo de forma didática e livre de preconceitos. O grande objetivo é acabar com o constrangimento e tabus para informar de forma correta. Assim, os alunos entendem sobre seu organismo, gravidez, preservativos, anticoncepcionais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).
É extremamente importante incluir esse conteúdos no currículo das escolas para ensinar crianças sobre consentimento e o que precisam fazer para pedir ajuda. Já para os jovens, é necessário se preparar para a vida sexual com informação e de maneira responsável.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a gravidez precoce acontece em meninas entre 10 e 20 anos. Somente nas últimas duas décadas, a OMS estima que 13 milhões de garotas nessa faixa etária engravidaram no Brasil.
Outro dado importante de ser analisado é que o Brasil também tem uma das maiores taxas de gravidez na adolescência na América Latina, segundo a Rede Feminista de Ginecologistas e Obstetras.
A pesquisa mostra que 18% das gestações no país são de adolescentes. Além disso, o que é mais agravante, é que quase 18% das adolescentes de renda baixa se tornam mães. Entretanto, o mesmo não acontece na renda acima de 5 salários mínimos, em que a proporção não chega a 1%.
Isso significa que a educação sexual é ainda mais precária e urgente na ensino público. A gravidez precoce, e na maioria das vezes indesejada, pode causar grandes danos para as garotas.
De acordo com um relatório da Unesco, elas sofrem não só com complicações da gravidez, como também têm maior risco de abandono na escola, menos oportunidades de emprego e maior vulnerabilidade à violência.
Na educação sexual, também se fala sobre respeito à diversidade racial, sexual e de gênero. Inclusive, também é importante discutir sobre anticoncepcionais e uso de preservativos.
Segundo a ONU, uma menina entre 13 e 15 anos é infectada com o vírus HIV, causador da Aids, a cada 3 minutos no mundo. Além disso, o Ministério da Saúde aponta que a taxa de rapazes de 20 a 24 anos com Aids aumentou 133% entre 2007 e 2017.
Para prevenir que isso aconteça, especialistas apontam que o melhor caminho é a educação sexual. Falar somente sobre abstinência não é o melhor caminho, o sexo na adolescência deve ser tratado como saúde pública e a informação é o que garante conhecimento e autonomia para tomar decisões de forma responsável.
Ensinar sobre educação sexual é um papel de todos: família e escola. Em casa, as crianças começam a fazer perguntas desde cedo e é recomendado responder normalmente. A dica é tratar o assunto com naturalidade, dar informações corretas e ensinar desde cedo a proteger e ter autonomia sobre seu corpo.
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Já os jovens se sentem mais à vontade tirando dúvidas na escola. Esse é o local seguro para abordar temas como ISTs, gravidez, prevenção e consentimento. Para evitar que os alunos procurem a informação errada em outro lugar, devemos ensinar da forma correta.
Alguns responsáveis podem ser contrários ao ensino de educação sexual na escola por questões religiosas ou morais. Assim, os gestores e professores devem conversar abertamente e explicar a importância do conteúdo.
Para isso, eles podem indicar que os programas são garantidos a todos os alunos por estatutos legais, como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Além disso, também é recomendado e incentivada pela Unicef e adotado em diversos países pelo mundo.
Inclusive, também é interessante lembrar que os países com educação sexual no currículo são também os que possuem os menores índices de gravidez precoce e ISTs.
Fontes:
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