Existem diferentes formas de ensinar, isso já é fato. Nos últimos anos, educadores incorporaram ainda mais elementos do mundo empresarial e da tecnologia para facilitar o processo de aprendizagem. O design thinking na educação é o exemplo perfeito de que podemos utilizar metodologias criativas na sala de aula e também no próprio planejamento.
O design thinking é um ótimo método para desenvolver o pensamento crítico, a empatia e a resolução de problemas. Então, que tal conhecer um pouco mais sobre ele, entender seus benefícios e como aplicar na sua escola?
Continue a leitura para descobrir!
Antes de mais nada, você sabe o que é design thinking? Também conhecido como aprendizagem investigativa, essa metodologia busca encontrar oportunidades e soluções, por meio da investigação, para resolver um problema.
Traduzindo para o português, podemos dizer que é a forma de pensar como designer. Ou seja, utilizar a visão mais humana do design, focado em pessoas, para entender a dor e necessidade do outro, fazendo uso dos recursos e tecnologias disponíveis.
Mas de onde surgiu esse termo? A metodologia foi difundida por nomes como Rolf A. Faste, professor de Stanford e designer, David Kelley, fundador da consultoria de inovação IDEO, onde o termo se popularizou, e Tim Brown, antigo CEO e agora chefe executivo da empresa.
Em 2009, Brown publicou o livro best seller Design Thinking – Uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas ideias. Assim, empresas de todo o mundo adotaram esse método na rotina organizacional.
Agora que você entendeu melhor o que significa, chegou a hora de entender como e porque podemos utilizar o design thinking na educação. Afinal, faz realmente sentido levá-lo para a sala de aula?
A resposta é sim, você pode e deve usar esse método se acredita que a escola é um lugar para desenvolver habilidades criativas, investigativas e que incentiva a cultura do pensamento. Dessa forma, os alunos irão aprender não somente soluções, mas sim como chegar até elas.
Além disso, esse processo traz oportunidade para fortalecer a comunicação, cooperação, trabalho em equipe, o protagonismo dos estudantes, seu pensamento crítico e científico. É importante criar oportunidades de aprendizagem desafiadoras que estimulem os alunos a ter voz no seu próprio ensino e buscar soluções que tragam impacto positivo para sua própria vida.
Não existe uma única forma de colocar o design thinking em prática, mas sim várias etapas que podem ser exploradas de diferentes maneiras. A própria IDEO, empresa que difundiu o método, criou um guia específico para ser utilizado por educadores.
Nele, existem 5 etapas que podem ser inseridas de forma independente, desde que faça sentido para o desenvolvimento do projeto. Todas elas seguem uma linha de raciocínio que passa da descoberta para ideação e, por fim, experimentação. Hora de conhecer cada uma delas!
Esse é o momento de entender o desafio. Os alunos devem pensar em como abordá-lo e levantar todas as informações necessárias para iniciar o projeto. Neste momento, é importante fazer o exercício da empatia.
Para isso, é preciso entender quais são as necessidades e motivações das pessoas que serão atendidas com a solução do problema. O desafio costuma girar em torno da comunidade escolar, ou seja, professores, gestores, outros alunos, famílias e até mesmo moradores do bairro da escola.
Os alunos podem conduzir entrevistas e criar um mapa de empatia para observar e compreender os pontos de vista, emoções e desejos dessas pessoas.
Esse é o momento de entender como interpretar os dados coletados. Os alunos devem se reunir e pensar juntos para encontrar a origem do problema e descobrir qual é a possível oportunidade para solucioná-lo.
O questionamento gira em torno de “como poderíamos…?” A turma deve usar sua criatividade, anotar todas as suas ideias e separar por temas.
Chegou a hora do famoso brainstorm ou chuva de ideais. Os alunos devem propor todas as suas ideias e abusar da criatividade. Não existem sugestões erradas, a equipe deve ficar livre para falar sem julgamentos.
Depois, os estudantes podem dividir as ideias entre categorias e fazer uma seleção, por meio de discussão ou votação, para prototipar.
O momento da mão na massa chegou! A ideia ou ideias escolhidas serão transformadas em um protótipo, ou seja, vão construir a melhor versão possível para ser testada. Existem várias maneiras de fazer isso, mas é preciso sempre ter em mente as necessidades e experiências do público.
Depois, chegará a hora dos feedbacks para validar a sua eficácia, entender como as pessoas se sentem, seus benefícios e como é possível melhorar.
Hora de validar, testar e refletir. Essa validação deve ser focada na experiência da pessoa, não apenas na solução. É interessante que seja testado pelos mesmos usuários que foram entrevistados no início do processo.
Serão encontrados pontos de atenção e melhorias. Assim, os alunos devem buscar alternativas para melhorar o protótipo e refletir o que pode ser feito de diferente para solucionar os seus problemas.
Você já deve ter entendido bem as vantagens do design thinking na educação, principalmente todos os benefícios para os alunos. Mas, sabia que essa metodologia também pode ser muito bem aproveitada pelos professores?
Além da aplicação na sala de aula, os educadores podem utilizar no planejamento das aulas. Essa abordagem pode ser bastante útil para entender as necessidades e desejos dos alunos, pensar em abordagens que engajem e até mesmo novas formas de avaliar.
Da mesma forma, os gestores também podem se beneficiar desse método, aplicando no planejamento anual da escola e até mesmo em atividades com a equipe de colaboradores.
Que tal enxergar como uma nova forma de promover treinamentos e capacitações? Existem diferentes oportunidades que trazem mais interação, protagonismo e empatia para toda a instituição educacional.
Fontes:
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