A chegada do ChatGPT no início do ano de 2023 trouxe à tona a discussão sobre o papel e os limites da Inteligência Artificial na educação e na sociedade.
Mas uma coisa é fato: o uso da IA para otimizar os processos de rotina já é realidade em diversas áreas, inclusive na educação.
O que nos resta refletir é sobre o uso saudável e construtivo desses recursos por educadores, escolas, estudantes e responsáveis, de forma a promover novas oportunidades de aprendizados e evolução.
Quer se aprofundar mais no que é Inteligência Artificial e seu uso na educação? Leia essa matéria.
Mas afinal, o que é uma Inteligência Artificial?
O matemático e criptógrafo Alan Turing foi pioneiro na ideia de que tomar decisões e resolver problemas. Em seu artigo “Computing Machinery and Intelligence”, publicado em 1950, Turing descreveu um “jogo de imitação”.
A ideia era um humano ser capaz de distinguir, em um diálogo escrito, se ele está falando com um homem ou uma máquina. Foi a primeira vez que nos perguntamos sobre as fronteiras entre o raciocínio humano e de uma máquina.
Assim, podemos definir Inteligência Artificial como sendo a capacidade de uma máquina simular a inteligência humana, ou seja, aprender, resolver problemas e tomar decisões de forma autônoma.
Os muitos recursos que a Inteligência Artificial proporciona fazem dela uma excelente aliada no processo de aprendizado e evolução nas escolas, tanto para alunos, quanto para professores e gestores.
Isso porque o uso da IA na educação, desde que responsável e com supervisão adequada, pode ajudar a cultivar um espaço de aprendizados mais autônomo e personalizado para os alunos, com a possibilidade de pesquisa e construção de argumentações com base em diversas fontes.
Além disso, com a ajuda da Inteligência Artificial os alunos podem aprimorar habilidades, como: corrigir erros gramaticais, tanto em português, quanto em inglês, e indicar novas fontes de pesquisa e autores.
Os recursos da IA também podem ser usados para auxiliar em atividades diárias dos estudantes, como no resumo de textos, simplificação de explicações escritas, aperfeiçoamento de argumentos, entre outras coisas. O que significa mais tempo para discussões com colegas, trocas pessoais e aprofundamento dos conhecimentos adquiridos.
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Mas a autonomia gerada pelo uso da IA não significa que os alunos estarão sozinhos no processo de aprendizado! Nesse novo desenho educacional que se desenrola atualmente, os professores e gestores passam a ser guias e apoiadores no processo de descobertas das tecnologias e na aprendizagem de seus alunos.
Vale destacar que o uso da IA também pode, e deve, auxiliar o dia a dia da equipe escolar. Para eles, a Inteligência Artificial pode ser uma solução para o grande fluxo de atividades manuais, ajudando a poupar tempo com a produção de trabalhos, avaliações, bem como relatórios e comunicados.
Pode, ainda, ser uma importante aliada nas interações dentro de sala de aula, ajudando a guiar discussões, alimentando pesquisas e gerando listas de exercícios e compilados de conteúdos para os estudantes.
Como todo recurso, o uso da Inteligência Artificial na educação também demanda cuidados e pontos de atenção, tanto de estudantes, quanto de professores e gestores. Por isso, é importante ficar atento a:
Por existirem diversas ferramentas de IA disponíveis para o uso educacional, é importante que escola e alunos escolham aquela mais adequada às necessidades da comunidade escolar, além de atentar para os critérios de confiabilidade do recurso e os bons registros de desempenho.
A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) entrou em vigor no Brasil em 18 de setembro de 2020 e estabelece diretrizes obrigatórias para a coleta, processamento e armazenamento de dados pessoais.
Sendo assim, é importante se atentar na escolha de ferramentas de IA que sigam as diretrizes de privacidade e segurança de dados. Assim, informações de alunos e demais usuários estarão protegidas de acessos não autorizados.
LGPD nas escolas: tudo que você precisa saber
Para um bom funcionamento da IA, é preciso alimentá-la com dados usados confiáveis e imparciais, garantindo que sejam representativos. Isso minimiza a possibilidade de erros ou resultados incorretos.
Mas é importante que professores e alunos estejam atentos e monitorem, criticamente, constantemente os resultados ou respostas obtidas, especialmente quando a IA estiver envolvida na avaliação de tarefas ou no fornecimento de feedback.
As ferramentas de Inteligência Artificial não devem nunca ser vistas como substitutas de aprendizado, mas, sim, complementares.
Os professores têm papel determinante no aprendizado dos alunos e devem figurar como fonte principal de informações e orientações, podendo, inclusive, ser um guia no processo de alfabetização digital dos alunos.
Portanto, o processo educacional pode contar com as facilidades da IA, mas não deve se limitar apenas a esses recursos.
Na prática, a integração da Inteligência Artificial e dos recursos tecnológicos no ambiente escolar é um processo complexo e repleto de nuances, que exige abordagens multidimensionais e socioeducativas que levem em conta não apenas a realidade de alunos e escolas, mas, também, considerem os rituais que envolvem o ensinar e o aprender.
Assim, é preciso, por exemplo, encontrar um equilíbrio entre a personalização que a IA traz para o aprendizado e a necessidade de manter algumas atividades essenciais para a aprendizagem, como, por exemplo, a leitura.
Também se faz necessário equilibrar a personalização da aprendizagem com o currículo básico necessário para garantir os conhecimentos necessários para a preparação do aluno.
Sobre o uso ético da Inteligência Artificial na educação, é necessário não apenas promover a cultura de um ambiente criativo e crítico entre alunos e professores, como, também, fazer uso de ferramentas anti plágio e monitoramento de produções feitas pelos alunos.
Conheça as principais práticas de aprendizagem na sala de aula do futuro
Essas iniciativas das escolas devem estar associadas com um ambiente aberto para troca de experiências, dúvidas e questionamentos dos alunos. Uma ótima forma de abordar o uso ético da IA é promovendo rodas de conversas e debates entre os alunos usuários.
No que diz respeito ao uso da IA e análise de dados para avaliação do desempenho do aluno, é importante unir as análises feitas pelas tecnologias e as avaliações do dia a dia do espaço escolar, geralmente relacionadas a desenvolvimento de habilidades sociais e de comunicação, tão importantes quanto as habilidades técnicas adquiridas em sala de aula.
Por fim, o uso da Inteligência Artificial na escola também passa por um viés de inclusão e equidade. Além de analisar a capacidade de uso e acesso às tecnologias, também é importante estar atento a possíveis vieses de discriminação e preconceito presentes nos algoritmos usados.
Por isso, é necessária uma atenção especial à garantia de igualdade de acesso a todos os estudantes, independente de origem, raça, gênero ou habilidades.
Implementar o uso de Inteligência Artificial no dia a dia escolar é um passo importante e, muitas vezes, considerado distante da realidade das escolas.
Considerando o momento atual de transição, a escola pode ter iniciativas envolvendo tecnologia levando mais agilidade e acessibilidade para os seus processos, abrindo, assim, caminho para o uso de IA em momentos futuros.
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