Gestão escolar

Como trabalhar as habilidades socioemocionais na escola

A educação está sempre evoluindo e já entendemos há muito tempo que não é suficiente apenas ensinar conteúdo atrás de conteúdo. Os alunos precisam desenvolver habilidades socioemocionais para se tornarem bem-sucedidos na escola, na sua profissão e na vida pessoal. 


A inteligência emocional é parte fundamental da formação do ser humano e os sentimentos e emoções são tão importantes quanto matemática, história e português. 


Portanto, a escola precisa exercer o seu papel para trabalhar as habilidades socioemocionais dentro e fora da sala de aula. Mas, você sabe o que isso significa? Como podemos estimular essa aprendizagem? Continue a leitura para saber mais. 



O que você vai encontrar neste artigo?


O que são habilidades socioemocionais?

Por que precisamos desenvolver habilidades socioemocionais?


Habilidades socioemocionais na educação


Como estimular as habilidades na sala de aula


O que são habilidades socioemocionais?


As habilidades socioemocionais são diversas aptidões desenvolvidas a partir da inteligência emocional. Elas falam sobre a relação consigo mesmo, intrapessoal, e a relação com os outros, interpessoal. 


Todas as pessoas precisam aprender como lidar com desafios, como dialogar, gerenciar suas emoções e metas de vida. Assim, aprendemos como viver em sociedade e construir relações mais saudáveis.


As habilidades socioemocionais abrangem o autoconhecimento, a empatia (capacidade de se colocar no lugar do outro), a colaboração e até mesmo a resiliência, que é a capacidade de superar obstáculos e se adaptar a mudanças e situações de adversidade. 


Trabalhar a empatia na escola pode transformar relações


Pode até parecer fácil, mas nem sempre conseguimos desenvolvê-las da forma correta. É preciso ter apoio da escola e da família para que as crianças e adolescentes consigam dominar os processos de aprender, conhecer, ser, conviver e trabalhar. 


Inteligência emocional x Inteligência cognitiva


As habilidades socioemocionais ganharam mais destaque na educação e no mercado de trabalho com os estudos do livro “Inteligência Socioemocional”, do psicólogo e jornalista Daniel Goleman. 


Ao estudar sobre as emoções e a capacidade de aprendizado das pessoas de acordo com o seu nível de inteligência, ele chegou a duas grandes vertentes:


  • Inteligência cognitiva: representa o intelectual e raciocínio lógico, avaliada pelo Q.I. (quoeficiente de inteligência).
  • Inteligência emocional: representa a capacidade de compreender e lidar com as emoções, divididas em 5 pilares: Autoconhecimento Emocional, Controle Emocional, Automotivação, Reconhecimento de emoções em outras pessoas e Habilidade em relacionamentos interpessoais. É avaliada pelo Q.E. (quoeficiente emocional).

Precisamos ter as duas inteligências bem desenvolvidas para encontrar sucesso na vida pessoal e profissional. Apesar de serem diferentes, elas se afetam entre si e se complementam


Afinal, não adianta saber fazer cálculos matemáticos, por exemplo, mas não conseguir controlar a ansiedade durante uma prova. Da mesma maneira, não é interessante contratar um profissional com muito conhecimento técnico, mas que não saiba trabalhar em equipe. 


Disciplina positiva: o que é e como usar nas escolas?


Por que precisamos desenvolver habilidades socioemocionais?


As habilidades socioemocionais estão presentes no nosso dia a dia, já que na vida adulta é necessário ter responsabilidade, saber resolver problemas e se relacionar bem com as outras pessoas. 


Além disso, essas aptidões também são essenciais para uma carreira profissional. O mercado de trabalho não exige somente conhecimentos técnicos, mas também a capacidade de gerenciar sentimentos e metas para alcançar objetivos. 


A importância da Educação Emocional nas escolas


Conviver em sociedade também significa equilibrar as relações com familiares, amigos e colegas de trabalho. Precisamos até mesmo lidar com clientes, fornecedores e parceiros constantemente. 


As habilidades socioemocionais também são essenciais para conseguir identificar, administrar e solucionar problemas, seja de forma pessoal ou com trabalho em equipe. 


Com elas, conseguimos melhorar o nosso planejamento, organização, tomada de decisões, melhorar o foco e até mesmo diminuir a ansiedade em situações de estresse. 


Competências socioemocionais na escola: volta às aulas na pandemia


Habilidades socioemocionais na educação


É comum que muitas escolas foquem apenas na inteligência cognitiva dos alunos, preparando para provas e vestibular. Mas, é necessário encontrar um equilíbrio para desenvolver a inteligência emocional desde a Educação Infantil. 


Não é fácil medir ou avaliar as habilidades socioemocionais, mas isso não significa que seja não seja possível trabalhar em sala de aula, no recreio e nas atividades extracurriculares. 


A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), já prevê o socioemocional em todas as suas competências gerais. Mas, existem cinco que se destacam:


  1. Autoconsciência: o conhecimento de cada pessoa, suas forças e limitações, sempre mantendo uma atitude otimista e voltada para o crescimento.
  2. Autogestão: relacionada ao gerenciamento eficiente do estresse, controle de impulsos e definição de metas.
  3. Consciência social: exercício da empatia, colocar-se no lugar do outro e respeitar a diversidade.
  4. Habilidades de relacionamento: habilidades de ouvir com empatia, falar clara e objetivamente, resistir à pressão social como o bullying, solucionar conflitos de modo construtivo e respeitoso e auxiliar o outro.
  5. Tomada de decisão responsável: tomar escolhas pessoais e interações sociais de acordo com as normas, os cuidados com a segurança e os padrões éticos da sociedade.

Como estimular as habilidades na sala de aula


Mesmo parecendo muito subjetivo, é possível desenvolver as habilidades socioemocionais em todas as disciplinas. Um grande exemplo são os trabalhos em equipe, que estimulam a criatividade, relacionamento interpessoal e a empatia. 


Trabalhar em conjunto também ajuda a melhorar o poder de argumentação e a gerenciar emoções, já que muitas vezes os alunos são contrariados e precisam dialogar para chegar a uma resolução.


Roda de conversa: como usar essa estratégia na sala de aula


Outra ótima estratégia é apostar em atividades lúdicas, como artes, música, experimentação e rodas de conversa. Assim, é possível realizar projetos diferenciados que envolvam a compreensão de dificuldades soluções criativas. 


A escola também precisa aproximar as famílias da rotina escolar. Os responsáveis devem ajudar a estimular as habilidades socioemocionais dos alunos, principalmente dialogando e dando exemplo, já que os alunos aprendem por meio da observação e imitação. 


Confira mais algumas dicas sobre como começar:


Conheça os alunos


Um dos primeiros passos para desenvolver as habilidades socioemocionais é conhecer os alunos. As aulas são feitas de relacionamentos, por isso é importante ouvir e permitir que todos falem sobre si. 


Proponha atividades que ajudem a quebrar o gelo e mostrar que o professor quer conhecer a turma. Também é interessante que o educador demonstra que deseja que os estudantes o conheçam. Afinal, criar uma relação de proximidade traz mais confiança. 



Considere os interesses da turma


Ao observar os alunos, o professor descobre quais são os seus temas de interesse e pode incorporá-los às aulas. Além disso, é importante deixar que a turma faça escolhas


Dessa forma, é possível engajar os alunos e melhorar o seu desempenho. Podemos usar música na aula de matemática, fantasias na literatura, brincadeiras em geografia. 


É interessante oferecer escolhas e incentivar a autonomia dos estudantes para que eles se sintam responsáveis pelo seu próprio aprendizado e organizem o seu estudo. 


Como educar crianças protagonistas?


Planeje aulas pensadas no desenvolvimento socioemocional


Os professores devem exercitar a sua própria criatividade e planejar aulas que fujam da mesma maneira de explicar um conteúdo. Proponha dinâmicas, jogos e brincadeiras para que os alunos se engajem e interajam entre si. 


Além de ajudar a desenvolver as habilidades socioemocionais, pensar fora da caixa também auxilia o educador a enxergar a educação com uma nova abordagem, se colocando de uma nova maneira na sala de aula e acompanhando os estudantes a desenvolverem a comunicação, colaboração e demais habilidades. 


Fonte:


LIV

Escola da Inteligência

Educador 360


Agenda Edu

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