Como aplicar a gestão democrática na escola?Leitura de 9 minutos
Você acha que a sua escola vive uma gestão democrática? As decisões são tomadas com base nas escolhas dos professores, alunos, famílias e demais membros da comunidade escolar?
Se a sua resposta for sim, já está no caminho certo para ajudar a construir uma educação cada vez mais democrática. E, por consequência, uma sociedade pautada na democracia, igualdade e liberdade de expressão.
Mas, se a resposta for não, está na hora de entender como é possível criar uma instituição de ensino aberta ao diálogo e como estreitar laços e formar vínculos com a sua comunidade escolar.
O que é a gestão democrática na escola?
A gestão democrática acontece quando a comunidade escolar tem participação ativa em todos os aspectos de organização da escola. Ou seja, além dos diretores e gestores, os professores, alunos, famílias e demais colaboradores também têm voz na tomada de decisões.
Essa participação tem consequência direta em vários aspectos da gestão escolar, seja no processo pedagógico, como planejamento e avaliação, ou no burocrático, como destinação de recursos financeiros e investimentos.
Mas por que isso é tão importante? Para viver em uma sociedade democrática, precisamos de uma base sólida em que seja possível vivenciar um ambiente de diálogo e acolhimento. Assim, podemos construir um mundo mais humano e justo.
A escola é o local ideal para desenvolver o debate e uma postura ética e reflexiva. Mas, nem sempre é fácil transformar a teoria em prática. Muitas vezes, a decisão fica quase totalmente nas mãos dos diretores e gestores.
Como surgiu a gestão democrática?
A gestão democrática está prevista na Constituição Federal de 1988, onde é apontada como um dos princípios da educação brasileira. Além disso, ela é regulamentada por leis complementares, como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e o Plano Nacional da Educação, em sua meta 19.
Mas, essa ideia só ganhou força no Brasil a partir da segunda metade da década de 1980, com o processo de redemocratização do país. Assim, uma década depois, nasceu a LDB.
A sociedade voltou a priorizar a democracia e isso se torna também uma responsabilidade da escola. Afinal, este é o local onde formamos cidadãos aptos a encontrar o seu lugar e o seu papel no mundo.
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O papel do diretor na gestão democrática
Como já explicamos, a gestão democrática é bastante bonita na teoria, mas muitas vezes se torna difícil na prática. Isso pode acontecer porque alguns diretores sentem dificuldade em compartilhar sua liderança.
Portanto, nossa grande dica é trabalhar para ser um diretor facilitador. Ou seja, ser um profissional que visa a resolução de problemas, exercendo sua liderança em conjunto com coordenadores, professores e colegas.
O gestor deve saber ouvir o que os outros têm a dizer, delegando tarefas e encorajando sua equipe. É preciso ser aberto ao diálogo e abrir as portas para os problemas e necessidades do corpo docente e discente.
Estimular a integração da comunidade escolar nas tomadas de decisões traz diversos benefícios, até mesmo melhorando o processo de ensino-aprendizagem.
Como implementar a gestão democrática na escola?
Agora que você já entendeu qual é o papel do diretor escolar, é hora de colocar essa estratégia em prática. É preciso criar processos que viabilizem a gestão democrática, procurando caminhos que fujam do modelo tradicional em que todo o fluxo de decisões partem dos gestores.
Primeiro, é preciso que o Plano Político Pedagógico (PPP) seja elaborado por uma gestão colegiada, ou seja, todos os atores envolvidos na escola devem participar na criação desse projeto.
Ele também deve passar por constantes revisões, sempre articulando para que todas as vozes tenham um papel na escola. Dessa forma, cada pessoa entende a sua função, responsabilidade e atribuição.
Confira mais alguma dicas para implantar a gestão democrática na sua escola:
Diálogo constante com a comunidade escolar
A escola precisa dar espaço para toda a comunidade. Assim, a participação de todos é essencial para entender quais são as suas necessidades. Isso só acontece quando paramos para ouvir e dialogar.
O gestor deve garantir que todos sejam ouvidos, abrindo as portas e envolvendo cada pessoa em projetos educativos. Peça opinião, avaliações e críticas. Dessa forma, a escola constrói laços afetivos e de confiança com seus colaboradores, alunos e famílias.
Construa juntos o planejamento escolar
Além de envolver a comunidade na construção do PPP, é preciso investir em um bom planejamento escolar. Analise quais são os objetivos da gestão democrática na escola e como atingir as metas.
É importante distribuir responsabilidades, escolher representatividades e até mesmo criar diferentes instâncias dentro da instituição de ensino, como:
- Conselho de Escola: delibera todos os assuntos, problemas e projetos;
- Associação de Pais e Mestres: gestão dos recursos da escola;
- Assembleias Escolares: assuntos estudantis e de organização da escola;
- Grêmio Estudantil: organização e representação dos alunos;
- Reunião de pais: momento essencial para informar, discutir e encaminhar demandas para o Conselho de Escola.
Transparências nas decisões
Outra característica essencial da gestão democrática é manter todos os processos de forma mais transparente possível. Todas as ações importantes da escola devem ser divulgadas para que fique claro cada passo e o seu impacto.
Dessa forma, a comunicação é a chave para trabalhar de forma coletiva. É importante que a escola saiba se comunicar de forma simples, rápida e efetiva, trabalhando com os melhores canais que sejam de fácil acesso.
Uma agenda escolar digital é a escolha mais confiável, já que garante que as informações cheguem para todos os alunos e responsáveis, além de enviar lembretes automáticos. Assim, os professores têm um canal aberto com os responsáveis e os gestores têm um visão ampla de tudo que acontece na escola.
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União entre a comunidade escolar
Um dos maiores benefícios da gestão democrática é a união entre todos os envolvidos na comunidade escolar. Mas, para que isso aconteça, é preciso criar um ambiente que incentive a participação nas ações e decisões.
O gestor deve dialogar e engajar as pessoas, mostrando que elas têm um papel fundamental na escola. Para isso, tudo começa com um bom planejamento.
O que os alunos têm a ganhar com a gestão democrática?
Ao participar de uma escola em que sua voz é ouvida, o aluno aprende na prática como é viver em democracia. Afinal, a escola não deve apenas preparar o estudante para uma sociedade democrática, mas sim deixar que a democracia seja vivida desde sempre.
Dessa forma, os alunos aprendem a conviver em um ambiente saudável, de respeito e que visa uma educação de diálogo, valores e atitudes de um local realmente produtivo.
Além disso, os estudantes aprendem a buscar informações, pedir ajuda para resolver problemas, interagir com os outros, respeitar os colegas e professores e perceber as vantagens de um mundo com diversidade, livre de preconceitos.
Ao final, toda a comunidade escolar ganha. A educação deve ser vivida por todos e a escola deve ser construída com muitas mãos. Chegou a hora de tirar a gestão democrática do papel e aplicar na sua instituição. Conte o resultado para a gente nos comentários deste artigo.
Fontes:
Sara Abreu Silva
Amei os assuntos, foi como degustar uma refeição nutritiva, obrigada.
Thais - Agenda Edu
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