Você sabe o que é bullying e o que ele é capaz de causar? Apesar de muitas pessoas não levarem a sério, o bullying na escola é uma grande preocupação de toda a comunidade escolar e precisa ser tratado com muita atenção.
Para as crianças e adolescentes que passam por isso, as consequências podem ser devastadoras e irreversíveis. Para que isso não aconteça, gestores, professores e famílias devem se unir com ações efetivas.
Segundo dados do Fundos das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o Brasil é o quarto país com maior frequência de casos de bullying na escola. Entre os estudantes entrevistados, de 11 a 12 anos de idade, 43% afirmam já terem sofrido alguns tipos de violência.
Para evitar que isso aconteça na sua escola, continue a leitura:
O que você vai encontrar neste artigo?
O bullying na escola: como identificar
Como combater o bullying na escola?
O bullying é a expressão adotada para uma prática que sempre existiu e que todo mundo já conhece: a violência que se repete e pode se expressar com agressões verbais, físicas e psicológicas.
A palavra bullying veio do inglês e pode ser traduzida como o ato de intimidar, oprimir, maltratar. A sua principal característica é o quadro de agressões contínuas, em que o agressor persegue a vítima, diferente de um caso isolado.
Geralmente, as pessoas que sofrem de bullying na escola possuem algum aspecto que se diferencia do padrão dos demais, como usar óculos de grau, ser magro demais ou gordo, ser deficiente físico, negro e diversos outros.
Confira algumas práticas comuns que podem ser identificadas:
Mas, lembre-se que existem diversas formas de praticar bullying na escola e por isso é tão importante estar preparado para qualquer situação desse tipo.
Na TV e no cinema, já estamos acostumados a ver o bullying sendo retratado com alunos que roubam lanches, humilham e até mesmo agridem fisicamente seus colegas. Infelizmente, essa realidade não é exclusiva da ficção.
A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) com 2 milhões de alunos brasileiros apontou que 46,6% diz que já sofreu algum tipo de bullying na escola. O estudo ainda mostra que 7,4% destes estudantes, o que equivale a 195 mil, disseram que a prática não é pontual e acontece com frequência.
Isso evidencia ainda mais a importância de estar atento aos sinais de bullying. Entretanto, muitas vezes as vítimas podem não contar o que está acontecendo por medo de sofrerem ainda mais.
Por isso, escola e família devem observar alguns sinais comuns:
Também é importante estar atento aos sinais dos próprios agressores, como atos de violência ou que demonstrem se sentir superiores aos outros colegas.
As consequências do bullying podem persistir até a vida adulta. Por isso, ele deve ser tratado como saúde pública. Alguns estudos examinaram os efeitos a médio e longo prazo e constataram sintomas de ansiedade, depressão, transtornos alimentares, baixa autoestima e até mesmo suicídio.
Além disso, o bullying na escola pode afetar toda a dinâmica escolar, com perda de desempenho, reprovação ou até mesmo abandono escolar. Também é importante lembrar muitas vezes é necessário um acompanhamento psicológico que deve ser oferecido e estimulado pela instituição de ensino.
Para garantir que o bullying é combatido, em 6 de novembro de 2016 foi sancionada no Brasil a Lei 13.185/15, que institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática. A legislação é composta por 8 artigos com uma série de ações de prevenção e de cuidados ao responsabilizar os agressores.
A lei também fala sobre as obrigações dos diretores escolares e da necessidade de adotar campanhas e ações de conscientização dentro da escola, como orientação de responsáveis, palestras e fortalecimento da cidadania.
Além disso, é recomendado criar um plano de ação para diminuir a frequência das agressões. Ele deve conter a punição adequada dos agressores com uma abordagem adequada para o cenário e condições sociais dos alunos. Isso mostra que o bullying na escola não será aceito ou negligenciado.
A escola tem papel principal e fundamental no combate ao bullying. Por isso, é tão importante capacitar de forma adequada toda a equipe, professores, monitores e demais colaboradores.
Elabore palestras e encontros para debater de forma correta. Estipule que os docentes precisam agir de forma efetiva e consciente ao presenciar qualquer forma de agressão e nunca negligenciar qualquer atitude, mesmo que pareça pequena, como um apelido ou bilhete.
Confira mais no Webinar: O papel do professor no desenvolvimento social e emocional do aluno
Os responsáveis também devem fazer parte do combate ao bullying na escola. Mantenha um diálogo transparente e frequente com as famílias para entender o cenário de cada aluno.
Muitas vezes, a agressividade é reflexo de como os estudantes se sentem dentro de casa. Então, convide as famílias para momentos de reflexão e invista na construção de uma comunidade escolar empática, desenvolvendo habilidades socioemocionais.
Uma das ações mais importantes para evitar o bullying na escola é ensinar para os alunos sobre respeito e não tolerância de agressões. A escola deve deixar claro que quem pratica bullying será punido.
É interessante promover atividades lúdicas e didáticas na sala de aula, além de organizar rodas de conversa que derrubem preconceitos. A escola deve trabalhar as competências socioemocionais de forma constante e aplicar essas habilidades em todo o plano pedagógico.
Mais um ponto de atenção para educadores é o cyberbullying, a intimidação virtual que afeta milhares de alunos, principalmente nas redes sociais. Apesar de ser mais difícil de monitorar, uma solução é ficar atento ao comportamento dos alunos e ao que é conversado e espalhado nos corredores.
Uma comunicação efetiva com responsáveis e alunos é a chave para combater o bullying na escola. Unindo toda a comunidade escolar, é possível identificar e agir da forma correta.
Fontes
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