Gestão escolar

Alunos com necessidades especiais: como planejar a retomada

A volta às aulas presenciais é um tema bastante debatido atualmente, principalmente com os novos protocolos de segurança para prevenir o coronavírus. Um dos maiores desafios para as escolas é a inclusão de alunos com necessidades especiais neste retorno. 


A educação inclusiva já deve fazer parte do currículo da escola, além de ser considerada na infraestrutura de todos os ambientes. Agora, os cuidados devem ser ainda maiores e alguns educadores se perguntam como acolher esses alunos. 


Educação inclusiva


Existem muitas leis, decretos e portarias que falam sobre a educação inclusiva no país. A Lei Brasileira de Inclusão é a mais abrangente e tem um capítulo inteiro voltado para a educação, destacando as medidas que devem ser tomadas pela escola para os alunos com necessidades especiais. 


Educação Inclusiva: o que a escola pode fazer a respeito?


É importante ler com cuidado para atualizar sua grade curricular, capacitar professores e toda a equipe. Na portaria 3.284/03 você encontra artigos detalhados sobre as condições necessárias para acessibilidade em todas as fases de ensino. 


Já na Norma Brasil ABNT 9050, sua escola tem acesso a todas as adaptações físicas para criar uma estrutura acessível. Mas somente estudar não é suficiente, é preciso colocar realmente em prática. 


O que é mais importante na educação inclusiva?


  1. Planejar detalhadamente
  2. Trabalhar com as diferentes deficiências: a necessidade de um aluno surdo é diferente de um aluno no espectro autista
  3. Capacitar todos os profissionais, dos professores aos porteiros
  4. Criar uma verdadeira rede de apoio com toda a comunidade escolar
  5. Adaptar infraestrutura e plano de ensino

Alunos com necessidades especiais na retomada


Todos os alunos estão passando por um momento de muita ansiedade com a volta às aulas presenciais. Seja pela saudade da escola e dos seus colegas ou por estarem com medo dessa mudança depois de tanto tempo de ensino remoto. 


Para os alunos com necessidades especiais, esses sentimentos são ainda maiores. Por isso, um dos pontos de partida é a comunicação. A escola precisa estar preparada para trabalhar as competências socioemocionais dentro e fora da sala de aula. 


Competências socioemocionais na escola: volta às aulas na pandemia


Protocolos de segurança


Os novos protocolos de prevenção são similares em escolas de todo o país, mas também é preciso lembrar que alguns alunos terão mais dificuldade em se acostumar com a mudança. Isso não significa que eles não devam retornar à escola.


Se o aluno não estiver no grupo de risco, ele também pode voltar para as aulas presenciais. Os gestores devem estudar cada caso individualmente, levando em consideração as necessidades do aluno, família e opinião médica. 


No estudo realizado pelo Instituto Rodrigo Mendes, alguns protocolos foram destacados para garantir a segurança dos alunos com necessidades especiais. Primeiro, a escola deve fazer treinamento sobre todas as medidas de segurança e saúde com alunos, educadores, colaboradores e famílias.


Confira mais medidas indicadas:


Protocolos de higiene


  • As crianças e jovens com deficiência que apresentam dificuldades ou impossibilidade para a execução da lavagem ou desinfecção adequada das mãos precisam receber apoio.
  • Estudantes que fazem uso de cadeiras de rodas e constantemente tocam essas rodas devem lavar as mãos com bastante frequência, além de poderem optar por usar luvas descartáveis e ter sempre álcool em gel à sua disposição. Uma alternativa é utilizar lenços umedecidos antissépticos nas mãos.
  • Além das cadeiras de rodas, outros equipamentos como bengalas, óculos, cadeiras higiênicas, implantes, próteses auditivas e corporais merecem atenção e cuidados de higiene
  • As partes de metal da cadeira de rodas devem ser limpas com frequência. Sempre use luvas ao limpá-las. Não utilize alvejantes (água sanitária) porque podem danificar suas partes de plástico.

Protocolos no uso de máscaras


A maioria das escolas no Brasil estão recomendando o uso obrigatório de máscaras pelos estudantes e educadores. É importante lembrar que os alunos com necessidades especiais precisam de uma avaliação individualizada.


  • O uso de máscaras prejudica a socialização de alunos com deficiência auditiva, especialmente aqueles que praticam a leitura labial ou se comunicam por língua de sinais. Nesses casos, uma possível solução é adotar o uso de máscaras transparentes, de preferência em toda a escola. Caso isso não seja possível, será necessário flexibilizar o uso para esses estudantes, seus professores e colegas de classe em algumas ocasiões, mantendo o distanciamento social indicado. O mesmo se aplica aos intérpretes de Língua de sinais.
  • Alguns estudantes com deficiência ou transtornos do espectro do autismo podem apresentar maior dificuldade para tolerar o uso da máscara.
  • Os profissionais de apoio aos estudantes com deficiência devem fazer uso de máscaras a todo o momento, reiterando a necessidade de máscaras transparentes para os intérpretes de língua de sinais, comentada anteriormente. As máscaras e outros eventuais equipamentos de proteção deverão ser trocados toda e cada vez que o profissional for atender um novo estudante.

Protocolos de ensino e aprendizagem


Ao planejar a volta às aulas presenciais, a escola deve lembrar que os alunos viveram o isolamento social e o ensino remoto em diferentes contextos. Cabe aos educadores analisarem cada caso e ter atenção redobrada aos alunos com necessidades especiais. 


Converse com as famílias para saber como foi a realidade desses estudantes nos últimos meses, as maiores dificuldades e necessidades. No retorno, eles devem ser acompanhados de perto em conjunto com os responsáveis.


A escola deve conhecer seus alunos, acolher, ouvir a apoiar. Além da educação, a instituição deve ser um espaço de convívio e crescimento para todos os alunos. 


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