Você perdeu a primeira Jornada Edu online do ano? Agora, ela tem um novo formato com 3 eventos de somente um dia, ao longo do ano, e uma grande jornada ao final. Na primeira estação, tivemos uma entrevista com Gustavo Wigman sobre ajustar o negócio escola para as mudanças do mercado.
Este momento fechou a trilha de Gente & Gestão e foi conduzido pelo Diretor de Educação da Agenda Edu, Jones Brandão. Se você não conseguiu acompanhar, não se preocupe! O evento está disponível na íntegra:
Você também pode conferir os principais momentos e anotar as dicas:
Muitos gestores se depararam com o medo de propor grandes mudanças em um cenário de crise e incertezas. Mas, segundo Gustavo Wigman, ficar quieto e esperar a hora certa nunca é uma opção.
“A preocupação em dar um salto está mais no planejamento do que na magnitude. Esse é um momento de repensar estratégia, posicionamento, a narrativa da escola e é um momento que pede movimento.”
Afinal, se você for esperar por um sinal de que tudo vai ficar bem, pode acabar ficando para trás diante do mercado educacional.
“Fazendo uma analogia, a escola funciona como um avião. Ele decola e você não consegue mais encher a escola, até que depois você pousa e decola de novo, tem ciclos de decolagem. O que aconteceu na pandemia foi que alguns passageiros pularam de paraquedas e você se viu com um avião mais vazio e sem a chance de enchê-lo”, explica Gustavo.
Além disso, existe uma pressão grande das famílias para que as mudanças aconteçam, uma demanda para que a escola se atualize. Mas, é importante que essa mudança venha por parte da escola. Gustavo explica que é um risco deixar que as novidades sejam feitas por agentes externos, porque corre o risco de a escola ficar presa a uma narrativa que nem ela mesmo acredita.
Essa é a hora de arregaçar as mangas, mostrar o que a escola acredita e quer fazer, e negociar, pois a pandemia também trouxe as famílias para mais perto das escolas, criou um vínculo maior e essa é a chance de negociar as mudanças.
“A narrativa, no mundo dos investimentos, é a história, a forma como você se vende, como se conecta com as famílias e alunos. Todo mundo que investe em educação busca alguma exclusividade, customização, individualização daquele ensino. Se você não tiver um discurso que se conecte com a família, você acaba fazendo mais do mesmo e perde a chance de se diferenciar. Isso impacta na retenção de alunos, na precificação da mensalidade, na adesão ao contraturno.”
É impossível falar de mudanças no negócio da escola sem falar de ensino híbrido. O modelo de aprendizagem que acontece de forma online e offline parece que chegou para ficar e transformar as instituições de ensino.
Mas, Gustavo acredita que esse ponto vai muito além disso. A pandemia também mudou a forma como a sociedade se organiza e até mesmo a urbanização.
“Não é que o ensino híbrido veio pra ficar, é que o trabalho híbrido veio pra ficar. O home office é uma realidade para muita gente, as famílias estão menores e mais distantes, os vizinhos estão separados por muros altos. O que sobrou de ponto de conexão? A escola, ela tende a ocupar um espaço muito importante no nosso convívio social e acho que vai determinar movimentos urbanísticos, até mesmo escolas vão ditar para onde vão os bairros.”
Por isso, o ensino híbrido é tão essencial para entender o movimento que estamos fazendo como sociedade. Mas, ele deve agregar na aprendizagem. Hoje ele serviu de muleta para conseguir entregar a educação, mas agora precisamos caminhar para um ensino individualizado e trabalhar a inclusão.
Gustavo Wigman atua no mercado de educação desde 2007 nos ramos de estratégia e finanças. Recentemente, tem auxiliado colégios no desenho e execução de suas estratégias de crescimento e é presidente do Instituto Vertere, ONG voltada para projetos de educação e empregabilidade, com forte atuação em projetos de Olimpíadas do conhecimento.
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