Por Luciana Brites
Psicopedagoga e psicomotricista, fundadora do Instituto Neurosaber
Falar sobre inclusão escolar é sempre um desafio para escolas e pais. Porém, é um assunto que precisa estar na pauta das escolas e famílias, porque a união delas é o que ajuda a promover a inclusão do aluno para que tenha o direito de ter uma vida acadêmica de sucesso.
Evidências científicas, na condução de indivíduos com autismo, orientam duas coisas muito importantes:
1 – Nenhum método de intervenção em autismo é eficaz se não tiver plena participação contínua dos pais, das escolas e das equipes que lidam com essas pessoas.
2 – As intervenções para crianças com autismo devem ser sempre voltadas de forma individualizada. Ou seja, se estabelecerem um currículo em uma escola, o estudante com autismo deve estar no centro desse conjunto de métodos que visam a uma educação satisfatória e que contribua com a intervenção do pequeno.
A carga de custos e gastos de uma escola é um dos fatores que impedem uma inclusão adequada do aluno com autismo. A falta de preparação dos educadores e professores também é um fator. Sabemos que não é fácil manter uma escola, todos temos consciência disso.
Na escola pública, por exemplo, há muitas dificuldades estruturais que influenciam no processo de inclusão. Mesmo assim, na medida do que é possível, e perante aos direitos da inclusão da pessoa com autismo, é possível encontrar estratégias que ajudam na inclusão escolar. E diante a cenário, a participação dos pais é fundamental.
Sabemos que quando todos estão envolvidos no processo de inclusão, seja em qualquer transtorno do desenvolvimento, tudo flui melhor. Porém, no autismo isso não é uma sugestão, é uma regra.
Os pais, no caso, podem ajudar no processo até mesmo antes de a criança ser matriculada. Passar na frente da escola para a criança ver a movimentação. Visitar o local, as salas de aula e ficar um pouco mais de tempo alguns dias antes do início das aulas é muito importante.
Esse trabalho adaptativo, muitas vezes, nas escolas públicas é mais difícil. Isso porque o processo de acolhimento dessa criança ainda não é realizado com eficácia. Porém, é importante salientar que os professores, mesmo receosos, devem compreender como funciona esse processo. O compartilhamento de informações é fundamental.
O processo de adaptação demanda um estudo dos pais perante aos problemas que afetam a criança, como comportamentos, déficits de desenvolvimentos, restrições que a escola tem com o aluno com autismo, entre outros. tudo deve ser apresentado pela equipe clínica e levado à escola.
Nem todas as escolas têm um professor de apoio. Porém, esse profissional especializado em inclusão é aquele que tem total conhecimento acerca das necessidades pedagógicas do aluno com autismo. É importante que as instituições de ensino tenham a ciência disso, e que contratem esses educadores, que são de extrema importância.
O material adaptado deve existir. Porém, varia de criança para criança. É sempre levado em consideração as dificuldades que ela tem, para que o professor possa trabalhar esses pontos e estabelecer algumas metas que visem ao aprendizado do aluno.
As intervenções estruturadas no ambiente do consultório, assim como as que são realizadas na escola e em casa proporcionam um processo de inclusão muito eficaz à criança. É imprescindível que a escola saiba o que está sendo feito para, até mesmo, avaliar o que pode melhorar para o pequeno.
Não estamos nessa missão sozinhos. Por isso contamos com parcerias como a Agenda Edu para disseminar essa mensagem de transformação, e agregar ainda mais valor ao conhecimento científico. Você leitor, poderá conferir artigos escritos pela Neurosaber aqui na Agenda Edu e em nosso blog.
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